O repto foi lançado pelo presidente da Câmara Municipal de Viseu, António Almeida Henriques, que, segundo a TSF, lembrou que o seu município “já dedica 2% do orçamento à cultura”, ao contrário do Estado central. E deixou o pedido de que o Governo apostasse no “reforço da política cultural e também do património histórico” e que este fosse feito “fora dos espartilhos cegos do mapeamento da administração central”.
A intervenção do autarca viseense foi feita a propósito das comemorações do centenário do Museu Nacional de Grão Vasco e tinha um destinatário óbvio, presente na sala: o ministro da Cultura, João Soares.
Soares, por sua vez, tomando nota da presença de algum clero no local, aproveitou para fazer uma intervenção durante a qual foi soltando alguns risos, tanto seus como da audiência:
“Eu vou invocar a ajuda do senhor cónego do Cabido da Sé e eventualmente do senhor bispo de Viseu para que nos ajudem a conseguir o milagre de conseguirem ao nível do poder político e do poder económico os recursos que são necessários e aqui foram sublinhados pelo senhor presidente da câmara com tanta precisão.”
Mais tarde, em declarações à TSF, Soares defendeu que o ministério da Cultura deve trabalhar em conjunto com a Igreja Católica para promover e manter o património religioso. “A política vai assentar no entrosamento entre as forças vivas do país”, disse. “Reconheço que a Igreja Católica tem uma importância muito grande e o património religioso em Portugal é importantíssimo. Portanto, a articulação tem de se fazer.”