Bruxelas não quer que David Neeleman, empresário da Atlantic Gateway, controle, seja de que maneira for, a TAP. A Direção-Geral Europeia dos Transportes (DG Move) estará a pressionar a Autoridade Nacional de Aviação Civil para que não aceite que cidadãos não-europeus controlem a companhia aérea.

De acordo com o Diário Económico (pode ler aqui ou na edição impressa), terão sido as dúvidas da DG Move que levou a que a ANAC decidisse na sexta-feira pelo chumbo à privatização da companhia decidida pelo anterior Governo, ou seja, da venda de 60% do capital à empresa de David Neeleman e Humberto Pedrosa e por impor à companhia três meses de gestão corrente, sem que fosse possível aos administradores tomar qualquer decisão estratégica. Em cima da mesa estavam dúvidas exatamente sobre quem controlava a companhia e a ANAC dizia ter fundadas dúvidas de que não eram cidadãos europeus, ou seja, Neeleman, e isso viola as regras europeias. Sabe-se agora que esta decisão terá tido dedo das autoridades europeias.

Em dúvida para Bruxelas não estará apenas quem tem mais capital, mas estará sim a fazer uma análise com foco os “acordos comerciais e das relações financeiras” e isso passa por exemplo, pela avaliação do empréstimo obrigacionista de 120 milhões de euros que a TAP iria realizar e que poderia terminar com um controlo maior de David Neeleman com a subscrição da Azul, empresa do empresário, de parte dessas obrigações.

A DG Move diz estar a acompanhar o processo que passa agora para uma outra fase. Depois das dúvidas levantadas pela ANAC na sexta-feira, o Governo de António Costa admitiu avaliar o negócio com a Atlantic Gateway de conseguir para o Estado 50% da companhia e voto de qualidade na administração. Sobre este último negócio, nem a ANAC nem a DG Move deram ainda a sua avaliação.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR