Manuela Ferreira Leite lança duras críticas a Maria Luís Albuquerque, por ter aceitado o cargo na empresa financeira britânica Arrow Global, poucos meses depois de sair do cargo no governo.

“Qualquer bocadinho de bom senso levaria a que a ex-ministra não aceitasse ir para uma empresa que teve ligações ao Ministério das Finanças. E, ainda por cima, ligações prejudiciais para o país.”

A também ex-ministra das Finanças identifica um “problema de transparência”, visto que Maria Luís Albuquerque “não saiu do ministério há quatro anos, saiu há três meses e pouco”, apontou na TVI24. Além disso, há uma questão de legislação, porque quem ocupa um cargo daquela natureza no ministério das Finanças não pode assumir um grande número de cargos logo a seguir. “Acontece o mesmo com o Ministério da Economia. Fica um vazio profissional durante algum tempo depois da saída desses lugares. É assim. E custa-me a crer que a ministra não conheça a legislação.”

Ainda assim, para Manuela Ferreira Leite, na decisão de Maria Luís deveria ter pesado mais o bom senso: “Mesmo que não houvesse legislação, o bom senso devia imperar por ter sido ministra das Finanças”. Até porque não acredita que não tenha havido ligações entre o Ministério e a empresa financeira: “O Ministério das Finanças tutela quase tudo. Ela diz que não beneficiou, mas quando se está nas Finanças nunca se sabe exatamente com quem se está a falar”, justificou.

Manuela Ferreira Leite insiste que Maria Luís Albuquerque nem deixou passar “quase tempo nenhum de nojo” para aceitar trabalhar naquela empresa que trouxe “prejuízo” ao país. Por isso, as críticas dos partidos são merecidas: “Pôs-se mais do que a jeito. Estão cheios de razão”.

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