O ex-primeiro-ministro e presidente do PSD considera não existirem razões, neste momento, para “celebrar” o 1º de Maio. Pedro Passos Coelho fazia assim uma crítica ao modelo económico escolhido pelo Governo socialista que está, diz, a destruir tudo o que de positivo foi conseguido durante os anos da troika e a encaminhar o país “para uma morte lenta”.
O presidente social-democrata falava em Viseu, durante a noite de sábado, num jantar com os Trabalhadores Social-Democratas (TSD). Num discurso muito crítico, Passos acusou António Costa de estar a conduzir o país para um ponto sem retorno.
“Tínhamos todas as condições para pensar que, depois de tudo aquilo que fizemos e por que passámos, o ano de 2016 e os anos seguintes seriam anos de uma mais acentuada recuperação da economia, com o desemprego a descer ainda mais, com a confiança dos consumidores e dos portugueses a aumentar e com a nossa dívida a cair de forma pronunciada”. Para Passos, no entanto, Costa prepara-se para desbaratar todo os sacríficos que foram feitos nos últimos anos, como provam os maus indicadores económicos, os níveis de desemprego e a estagnação do emprego. Traçado este cenário, diz o ex-primeiro-ministro, não “há razão de celebração” do 1º de Maio.
O líder do PSD aproveitou ainda o jantar com os TSD para pressionar o PS a tomar uma posição em relação à adoção das 35 horas de trabalho semanais no setor privado. Com a esquerda a exigir a alteração na lei, Passos quer saber o que fará António Costa. “Se não querem alargar as 35 horas a toda a economia porque não diz já o Governo que não aceita iniciar sequer essa discussão?”, perguntou Passos, citado pela TSF.
A terminar, Passos acusou o Governo socialista de usar a concertação social como “manobra dilatória”. “O Governo sabe que se mandar as matérias que incomodam para a Concertação Social elas ficam lá e durante uns meses não se fala nisso.”
Já este domingo, no encerramento do congresso da JSD, Passos voltou a criticar as forças, que na sua opinião são “retrógradas” — e que governam o país — e exigiu que todos, Bloco e PCP incluídos, assumam as suas responsabilidades. Também acusou a aliança de esquerda de hipocrisia política: “A maioria nunca olha para as dificuldades atacando-as. Ignora-os”, afirmou o líder social-democrata.