A agência de rating Fitch calcula que Portugal volte a violar a meta do défice este ano e no próximo, e reviu em baixa a previsão de crescimento da economia portuguesa de 1,6% para 1,2% este ano. Se a Comissão Europeia exigir mais medidas para o ano que vem, alerta, o acordo parlamentar entre o PS e o PCP e Bloco de Esquerda pode quebrar.

Num relatório onde avalia as obrigações portuguesas, a agência de rating voltou a lançar vários alertas. Desde logo, no que diz respeito às contas públicas, onde a Fitch não acredita que com os planos atuais o Governo consiga atingir as metas do défice a que se propõe (e que Bruxelas exige). A agência calcula que o défice fique nos 3,4% do PIB este ano e só desça uma décima no próximo ano, para os 3,3%.

A Fitch já era mais pessimista que o Governo quanto à evolução da economia portuguesa este ano – apontava para que crescesse à volta de 1,6% quando o Governo ainda marca os 1,8% como objetivo -, mas reviu em baixa essas contas para valores ainda mais negativos, esperando que a economia portuguesa cresça um máximo de 1,2%, prejudicando naturalmente as contas do défice, fruto de uma expectativa mais negativa para as exportações portuguesas e para o investimento na economia portuguesa.

Contas essas que podem sair furadas, explica a agência, também pelo contexto político em Portugal. A Fitch lembra que o Governo prometeu à Comissão Europeia tomar mais medidas se a situação assim o exigisse, e que existe o risco de a Comissão fazer isso mesmo nas negociações do próximo orçamento, o que, segundo a Fitch, “provavelmente colocaria a coligação num ponto de rutura”.

A agência considera que esta situação poderia levar a um período de instabilidade que prejudicaria o já frágil crescimento da economia e faria com que fosse ainda mais difícil de alcançar o objetivo de reduzir o défice e a dívida pública.

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