O governo alemão está a planear pedir aos cidadãos para armazenar comida e água para sobreviverem a uma eventual catástrofe, escreveu este domingo o jornal Frankfurter Allgemeine, citado pela Reuters. A confirmar-se, será a primeira vez desde a Guerra Fria que a Alemanha considera a hipótese de um ataque de tal gravidade. O país deverá ativar um programa para a defesa civil, preparado pelo Ministério do Interior desde 2012, e que prevê que a população seja “obrigada a manter um abastecimento individual de comida para dez dias”, cita o jornal.

Os cidadãos terão ainda de manter em casa água suficiente para cinco dias, devendo “preparar-se apropriadamente para um desenvolvimento que possa ameaçar a nossa existência e não pode categoricamente ser excluído no futuro”, lê-se no relatório a que o jornal teve acesso. O conceito estratégico prevê ainda que as casas devem incluir um sistema de alarme e proteções estruturais nos edifícios.

Fonte do Ministério do Interior garantiu que este plano será discutido pelo executivo esta quarta-feira, recusando para já mais detalhes. Para já, sabe-se que o relatório não considera provável um ataque ao território do país.

A Alemanha está em alerta após um mês marcado por dois ataques de extremistas islâmicos e um tiroteio, e o governo já anunciou que irá investir mais nas forças de segurança, criando inclusivamente uma unidade especial para combater o cibercrime e o terrorismo. O ministro da Defesa pediu até que militares e polícias trabalhem ainda mais próximos para se prepararem para um ataque em larga escala.

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Regresso do serviço militar obrigatório?

De acordo com a imprensa alemã, o mesmo plano elaborado pelo Ministério do Interior também sugere a reativação do serviço militar obrigatório em circunstâncias extraordinárias. A medida refere também o “apoio às forças de combate” por parte de civis, no caso de a Alemanha, no quadro da NATO, ser obrigada a defender as fronteiras nacionais.

O governo alemão eliminou o serviço militar obrigatório em julho de 2011, pondo fim a uma medida que se prolongava há 55 anos, porque não considerava essencial para o Exército ou para questões relacionadas com a segurança nacional.