O partido não contesta que esteja a passar por dificuldades financeiras. Com um passivo de 21 milhões de euros, escreve esta sexta-feira o Jornal de Notícias que a direção nacional terá começado a recorrer aos dirigentes das federações e concelhias para que fossem eles próprios a pagar do seu bolso as despesas correntes que resultam da atividade política habitual.

Em comunicado, divulgado esta sexta-feira, os socialistas não aceitam, no entanto, a tese de que o partido está em falência. “Há uma enorme diferença entre uma situação financeira complexa e uma falência”, refere o PS, acrescentado que está em curso “um processo de amortização de dívida negociado com as instituições de crédito que permitirá uma redução sustentada do seu endividamento”.

Posição diferente é aquela que a comissão permanente (que ontem se reuniu pela primeira vez depois da interrupção das férias de verão) assume em relação ao pagamento de dívidas de federações e concelhias. Os dirigentes atribuem o pagamento de despesas correntes ao “espírito coletivo” que decorre da militância partidária. “Um partido vive da solidariedade e do trabalho generoso dos seus militantes” e, refere o mesmo comunicado, “mal seria que o PS não contasse, como conta e sempre contou, com o apoio dos seus dirigentes e militantes, tanto para o trabalho político como para os aspetos das despesas operacionais correntes”.

Ao mesmo tempo, os socialistas garantem que este ano já foram transferidas para as federações distritais as receitas obtidas com o pagamento de quotas dos militantes – às quais caberá agora distribuir essas verbas pelas várias concelhias do partido.

A situação estará a gerar incómodo entre os dirigentes locais socialistas, a pouco mais de um ano de o partido disputar as próximas eleições autárquicas.

O JN escreve que as situações financeiras mais complicadas se verificam nas concelhias de Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Tábua e Oliveira do Hospital e Pedrógão Grande. O maior número de casos com passivos verifica-se nas distritais de Coimbra, Setúbal e Porto. Em alguns casos, os dirigentes terão mesmo optado por cancelar iniciativas políticas por falta de verbas.

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