Os guardas-florestais pediram esta quinta-feira ao Governo para não acabar com a carreira, e que atribua os suplementos a quem têm direito, tendo em conta que estão integrados na GNR e fazem trabalho em conjunto.

Cerca de uma centena de guardas-florestais manifestaram-se esta quinta em Lisboa, entre o Largo do Carmo, onde se situa o comando geral da GNR, e o Ministério da Administração Interna, num protesto promovido pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores das Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS).

Os guardas florestais, que anteriormente pertenciam ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), estão há dez anos integrados no Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR e, na altura, ficou decidido que a carreira ficava extinta, quando todos os seus elementos se aposentassem.

“Se não for emendada esta decisão de a carreira extinguir-se quando vagar, quando o último guarda-florestal se aposentar a carreira desaparece e será possivelmente a GNR que irá desenvolver as atividades que são dos guardas-florestais”, disse à agência Lusa Luís Pesca, dirigente da (FNSTFPS).

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Luís Pesca considerou “um erro” a decisão de há dez anos, quando António Costa era ministro da Administração Interna

“Não está bem entendido na cabeça dos nossos governantes a importância dos guardas-florestais, na prevenção e fiscalização dos fogos florestais, no cálculo das áreas ardidas, na fiscalização da caça e pesca”, disse, adiantando que estes profissionais querem também ser equiparados a outras forças policiais, recebendo suplementos idênticos.

Segundo Luís Pesca, existem equipas mistas no SEPNA da GNR compostas por elementos dos guardas florestais e por militares daquela corporação, mas a diferença salarial chega quase aos 400 euros.

“Isto tem de ser corrigido rapidamente. A GNR tem os seus suplementos enquanto força policial, de que os civis não podem usufruir, por isso há necessidade de negociar um estatuto de suplementos específicos para a função de guarda-florestal”, sustentou.

Guarda-florestal há 29 anos, Martinho Gonçalves disse à Lusa que há “uma certa desmotivação” na classe, sublinhando que exercem funções idênticas aos elementos do SEPNA da GNR, mas não recebem qualquer suplemento.

Martinho Gonçalves adiantou que chegaram a existir em Portugal 1.200 guardas-florestais e que atualmente não passam dos 317.

O guarda-florestal em Elvas afirmou que há elementos que ainda falta 30 anos de serviço.

No final da manifestação, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores das Funções Públicas e Sociais entregou uma moção no Ministério da Administração Interna.