O PCP entregou esta quarta-feira um conjunto de perguntas ao Ministério do Ambiente onde denuncia, entre outros aspetos, a rutura iminente do sistema de bilhetes “Lisboa Viva”, utilizado na rede de transportes que liga toda a Área Metropolitana de Lisboa. Os comunistas exigem saber o que pretende fazer o Governo para evitar o “colapso” e não poupam críticas ao anterior e atual executivos.

Na prática, denunciam os comunistas, os bilhetes usados na CP, Fertagus, Metro Transtejo e Soflusa, que incorporam um chip e uma tecnologia criados para o efeito, estão à beira da rutura, num processo que se pode agravar já nos próximos meses.

De acordo com o PCP, que recolheu queixas de vários utentes, esta situação já se refletiu no “encerramento” progressivo de “máquinas de venda automática”. A perspetiva, insistem, é que nos próximos dias “todas as máquinas deixem de funcionar”.

Os comunistas recordam, a propósito, que o sistema de bilhética “está refém de um único fornecedor“, que não tem conseguido dar resposta ao problema — uma situação que se verifica desde 2015, reiteram.

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“Desde 2011 existe a consciência de que o sistema está refém de um único fornecedor de bilhetes, e que se impunha uma alteração de software para acabar com essa dependência, alteração de software que foi então adiada, por responsabilidade do governo PSD/CDS. Aliás, importa saber que já no final do ano passado se registou uma situação de esgotamento de bilhetes por atraso do fornecedor, em processo de insolvência, que não teria no entanto as consequências desastrosas de que nos estamos a aproximar”, acusa o PCP.

Os deputados do PCP, no entanto, também não desresponsabilizam o atual Governo. No conjunto de perguntas que enviaram ao ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, o PCP classifica o arrastar do problema como “mais um exemplo de como o Governo do PS (e as Administrações por si nomeadas) tem optado por adiar soluções para problemas urgentes, traduzindo-se na situação em que estão colocadas as empresas de transporte público, por falta de trabalhadores, manutenção e investimento, num caos que tende a agravar-se nos próximos meses”.

De resto, o PCP culpabiliza ainda Administração do Metropolitano de Lisboa e a Operadores De Transportes Da Região De Lisboa – OTLIS por não terem sabido “tomar atempadamente as medidas que se impunham”, nomeadamente “a referida alteração do software e de fornecedores”, medida que só agora está “a ser implementada, mas já completamente fora de prazo”, implicando, argumentam os comunistas, “alguns meses sem bilhetes no sistema“.

Os deputados do grupo parlamentar do PCP querem por isso saber por que razão a OTLIS, as Administrações da CP, Metro de Lisboa, Carris e Transtejo deixaram que se repetisse (de forma agravada) este ano o mesmo problema do ano passado”, “que medidas vão ser adotadas para contornar as dificuldades criadas pela rutura de bilhetes” e que resposta concreta será dada pelo Governo” para evitar o colapso iminente do sistema transportes públicos de Lisboa.