Os credores europeus precisam de proceder a uma reestruturação significativa da dívida pública grega de forma a torná-la sustentável, considerou esta quarta-feira Vítor Gaspar, diretor do departamento de assuntos fiscais do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Questionado pelos jornalistas, durante a conferência de imprensa de apresentação do relatório ‘Fiscal Monitor’ que hoje decorreu em Washington, Vítor Gaspar afirmou que o FMI apoia os esforços para reformas estruturais e ajustamentos políticos de forma a atingir objetivos realistas.

No caso da Grécia, tal implica que os países europeus aceitem o pedido para reestruturar a dívida pública helénica, acrescentou, citado pela agência Bloomberg.

No relatório, o FMI previu que a Grécia vai atingir um excedente primário muito mais baixo do que a meta que consta no atual programa de resgate grego.

A instituição antecipou que a Grécia não vai atingir a meta de um excedente primário de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 e que o objetivo de alcançar um excedente primário de 1,6% até 2021 também não é provável.

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Caso se verifiquem estas previsões do FMI, a dívida pública da Grécia não vai diminuir até depois de 2019, com a entidade liderada por Christine Lagarde a esperar que a dívida pública atinja 183,4% do PIB do país em 2016, alcançando um pico de 184,7% em 2017 e 2018, e só então recue para os 178,5% em 2019 e 169,2% em 2021.

Quanto a este ano, o FMI não acredita que seja atingida a meta relativa ao excedente primário de 0,5% do PIB que tinha sido estabelecida, contrariando as estimativas do executivo helénico.

O FMI aponta para 0,1% do PIB este ano, colando-se aos 0,7% em 2017 (quando a meta era de 1,75%). Para o período entre 2018 e 2020 a estimativa é de 1,6% e para 2021 é de 1,5%.