O PAN (Pessoas – Animais – Natureza) vai abster-se na votação do Orçamento do Estado na generalidade, agendada para a próxima sexta-feira. O anúncio foi feito pelo deputado André Silva, em entrevista à TSF, esta quarta-feira. O partido está contra “o forte desinvestimento na área do ambiente, que teve um corte de 10,5%”, representando “cerca de 178 milhões de euros”.

Para o deputado único do PAN, “é incompreensível, num momento em que debatemos as alterações climáticas”, haja no orçamento “um corte desta magnitude”. André Silva reconhece que há aspetos “bastante positivos”, designadamente “naquilo que é trajetória de reposição de rendimentos das famílias”, mas deixa críticas relativamente aos investimentos escolhidos: “Corta-se onde é decisivo investir, e esbanja-se dinheiro nas poluentes indústrias da carne, do leite, nas hidroelétricas, e na exploração de petróleo”.

“Para este governo, claramente, e para os partidos que suportam este governo, o ambiente continua a não ser uma prioridade”, afirmou André Silva.

“Para o PAN, a sustentabilidade das finanças públicas passa em grande medida por não financiar ou subsidiar indústrias obsoletas e poluentes do setor privado, que deveriam, como todas as outras, reger-se por regras de economia de mercado, concorrencial e de livre iniciativa”, acrescentou o responsável do partido.

Em comunicado, o PAN garante que “não é possível resolver os graves problemas sociais sem resolver a recessão ecológica em que vivemos”. O partido pede ainda medidas como utilização de carros elétricos nas frotas públicas ou a requalificação dos canis, e consideram que esta é “uma mudança de paradigma estrutural que nem a esquerda, nem a direita, estão preparadas para dar resposta”.

André Silva aproveitou a entrevista para anunciar que o PAN irá apostar nas eleições autárquicas de 2017, apresentando candidatos nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, e ainda na maior parte das capitais de distrito. “Concorremos a 16 municípios há quatro anos, e queremos obviamente aumentar não só a participação nas eleições”, assegurou o deputado, mas também “o número de deputados municipais”.

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