O tribunal de Viseu começa a julgar esta quinta-feira, a partir das 9h30, a propriedade de alguns bens de Salazar, que um sobrinho-neto deste antigo presidente do Conselho exige à Câmara de Santa Comba Dão. Este sobrinho-neto de Salazar exige a devolução de alguns bens depositados na Câmara ou então o pagamento de 324 mil euros. Depois de, em maio, ter decorrido uma audiência prévia deste processo, o início do julgamento ficou marcado para esta quinta-feira de manhã, no Tribunal de Viseu.
Rui Salazar de Lucena e Melo, sobrinho-neto da figura maior do Estado Novo, explicou à agência Lusa que em causa estão bens que entregou à Câmara após 2006 e relativamente aos quais nunca chegou a ser feita uma escritura de doação, ao contrário de outros bens, entregues antes de esta data e cuja doação foi efetuada.
Segundo Rui Salazar, “em 2002 e em 2005 foram depositados na Câmara determinados bens que eram da herança do professor Salazar, e não só”, relativamente aos quais foi feita uma escritura de doação em maio de 2006. Entre esses bens estava “material filatélico, numismático, medalhístico, objetos vários, revistas, jornais, documentos, mapas e livros”, explicou.
A Câmara de Santa Comba Dão recebeu também, por doação, um terço dos bens imóveis da herança da família de Salazar, que era natural da freguesia de Vimieiro, naquele concelho. Também relativamente a estes bens imóveis “está tudo certo”, porque foi feita escritura de doação a 17 de maio de 2006, esclareceu.
Rui Salazar explicou que o processo que agora começa a ser julgado se prende com o que entregou à Câmara, para depósito, após 2006, ou seja, em novembro e dezembro de 2007, em setembro de 2008 e em janeiro de 2009.