O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, informou esta tarde que o tunisino Anis Amri é, “com alta probabilidade”, o autor do atentado de Berlim, à luz das provas adicionais recolhidas no camião com que realizou o ataque. Horas depois, o Departamento Federal de Investigação Criminal confirmava que já tinha emitido um “mandato de captura” do tunisino e reiterava a ideia de que o suspeito roubou e conduziu o camião.

O ministro fez esta declaração numa conferência de imprensa conjunta com a chanceler alemã, Angela Merkel, que expressou a sua esperança na “rápida detenção” do suspeito.

“Podemos dizer-vos hoje que há provas adicionais de que este suspeito é com alta probabilidade é o autor” do atentado, disse Thomas de Maizière, que falava no final de uma visita às instalações em Berlim do Departamento Federal de Investigação Criminal (BKA).

“Foram encontradas impressões digitais na cabine e há outras indicações adicionais que sugerem isto”, disse ainda. “É crucial que a caça ao homem seja concluída tão depressa quanto possível”, acrescentou o ministro.

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Merkel garantiu que nos últimos anos a Alemanha realizou “esforços notáveis” para enfrentar o “desafio terrorista” e destacou o apoio que recebeu de outros países que sofreram atentados no passado.

Não obstante, a chefe do governo alemão reconheceu a dureza de enfrentar o primeiro ataque ‘jihadista’ na Alemanha, apesar do seu executivo saber “em teoria” que o país estava “no ponto de mira do terrorismo islâmico”.

“Os valores da democracia e do Estado de direito estão do nosso lado”, afirmou a chanceler, que se manifestou “orgulhosa” da serenidade com que imensa maioria dos cidadãos reagiu ao atentado e defendeu a necessidade da sociedade se manter aberta e livre.

O ministro do Interior e o titular da pasta da Justiça, Heiko Maas, deixaram, pelo seu lado, claro que a prioridade é agora encontrar o suspeito, mas reconheceram também a necessidade se retirarem as lições pertinentes deste caso.

A procuradoria federal alemã emitiu uma ordem de detenção europeia contra Amri, que já tinha vigiado pelas forças de segurança, mantinha vínculos com círculos ‘jihadistas’ e não tinha sido expulso do país depois de lhe ter sido recusado um pedido de asilo por falta da documentação necessária.

O próprio Thomas de Maizière avançou na quarta-feira que Amri é suspeito de estar implicado no atentado porque foi encontrado na cabine do camião documentos seus relativos ao estatuto de asilo.