Depois da descoberta dos 7 planetas mais parecidos com a Terra alguma vez encontrados, a NASA foi para o Twitter responder às perguntas dos internautas sobre o sistema encontrado a 40 anos-luz de nós. Bastava colocar a hashtag #askNASA: se a questão fosse interessante ou pertinente, uma equipa de cientistas daria todas as respostas possíveis.

O mesmo aconteceu no Reddit: através da conversa “We’re NASA scientists & exoplanet experts. Ask us anything about today’s announcement of seven Earth-size planets orbiting TRAPPIST-1!”, uma equipa de 13 investigadores envolvidos na descoberta esclareciam online qual a importância destes planetas para a ciência.

O Observador esteve atento e recolheu algumas das perguntas colocadas pela comunidade na Internet. Algumas das mais importantes e respondidas pela NASA estão aqui em baixo. Sacie a curiosidade com este apanhado de 13 perguntas e 13 respostas:

Os planetas do sistema TRAPPIST parecem ter períodos de órbita muito curtos. Isto é raro? Pode afetar as probabilidades de desenvolvimento de vida?

Isso é normal numa estrela com uma massa pequena e não representa um problema para o desenvolvimento de vida.

Qual é a forma mais promissora de ver se um planeta inteligente tem vida, partindo do princípio que essa vida não é inteligente e não é capaz de nos enviar sinais?

Vamos olhar para a atmosfera à procura gases que não pertençam a uma atmosfera típica – gases que podem ser atribuídos à vida. Mas não saberemos se os gases são produzidos pela vida microbiana ou por espécies exóticas inteligentes.

Serão precisos quantos anos até que tenhamos a tecnologia para ver estes planetas e enviar imagens reais para a Terra?

Haverá outros sistemas mais passíveis de conseguir “imagens”. Para eles existirem, serão precisos alguns anos antes de vermos as suas atmosferas de outra forma.

Alguém disse na conferência de imprensa que o telescópio Spitzer não foi concebido para procurar exoplanetas e que teve de ser reprogramado para o conseguir fazer. Se o telescópio permaneceu no espaço, como é que isso foi possível?

Observações como as descritas hoje requerem precisão muito maior do que 1%. Neste nível, descobrimos nos dados iniciais sobre exoplanetas vários “efeitos sistemáticos” que tinham a ver com o telescópio e com o instrumento, o que dificultava a obtenção deste nível de desempenho. Portanto, a reprogramação significava usar o telescópio e analisar os dados de maneiras novas e diferentes.

Como é que se compensa a diferença de 40 anos-luz para conseguir informações sobre este sistema?

Para estudar as informações básicas deste sistema, como o seu tamanho e as atmosferas, não precisamos de compensar essa diferença de 40 anos-luz.

Se os planetas estão tão próximos uns dos outros, se ficasse de pé num desses planetas que imagens dos outros planetas poderia esperar ver?

Seria mais nítido que ver as imagens que neste momento tempos da Lua a partir da Terra. Bastante nítido!

Será que haveria estações nestes planetas ou as condições seriam constantes?

Provavelmente seriam constantes. Dadas as suas configurações orbitais, parece pouco provável que haja estações.

Todos estes planetas podem ser habitados de alguma forma?

Todos eles têm potencial para ter água.

Sabemos que idade tem este sistema?

A estrela TRAPPIST-1 e os seus planetas têm pelo menos 500 milhões de anos.

Qual é a distância entre a estrela e os planetas?

Os planetas estão muito próximos da sua estrela. Em termos de perspetiva, os sete caberiam no espaço entre a órbita de Mercúrio e o Sol.

Como são os dias destes novos planetas em comparação com os da Terra em termos de duração, diferença entre dia e noite e temperatura?

Julgamos que eles estão “bloqueados” pela sua estrela, por isso num dos lados é sempre noite e noutro lado é sempre dia.

Como é estimada a zona habitável em planetas “bloqueados”?

A zona habitável é estimada com base na luminosidade da estrela e reconhecendo quão longe pode estar de modo a que possa existir água líquida na superfície de um planeta telúrico como a Terra. Muito perto e a água evapora; demasiado longe e a água congela. Assim, a zona habitável é independente de se os planetas estão trancados ou não.

O que vai acontecer agora?

O Kepler / K2 da NASA está atualmente a observar a TRAPPIST-1! A sonda tem monitorizado o brilho da estrela desde 15 de dezembro de 2016 e continuará a fazê-lo até 4 de março de 2017. São mais de 70 dias de dados. Os cientistas serão capazes de definir o período orbital do sétimo planeta. E podem ser capazes de ver variações na fotometria de trânsito que permitirá aos cientistas refinar as estimativas da massa do planeta. Talvez até encontremos outros planetas em trânsito. Os dados brutos serão colocados imediatamente no arquivo público após a conclusão da campanha de observação. Ele deve estar disponível para a comunidade até 6 de março.

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