Os dois candidatos considerados mais fortes nas eleições presidenciais de Timor-Leste votaram esta segunda-feira, sob grande atenção mediática e logo nas primeiras horas depois da abertura das urnas, e pediram a participação de todos no sufrágio. Um dos primeiros a votar, menos de uma hora depois da abertura das urnas, foi Francisco Guterres Lu-Olo, o candidato favorito e apoiado pelos dois maiores partidos Fretilin (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente) e CNRT (Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste), que chegou acompanhado do secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri.
Depois de votar, com a mulher, Lu-Olo apelou ao voto e mostrou-se confiante na vitória. “Desde o princípio que estou confiante que vou ganhar na primeira volta”, disse Lu-Olo. “O povo está a reunir-se para votar, a exercer o seu direito de voto. Está a participar muito ativamente nesta eleição e saberá escolher a pessoa mais certa para Timor-Leste”, disse Lu-Olo, que é o presidente da Fretilin.
Mari Alkatiri, secretário-geral do partido, também repetiu os votos de confiança e afirmou que “não ficará contente com 50% mais 1, mas sim com mais de 65%”. Para vencer esta segunda-feira, o candidato mais votado tem que obter mais do que 50% dos votos, caso contrário terá que se realizar uma segunda volta com os dois candidatos mais fortes a 20 de abril.
Um dos locais com filas mais longas foi a escola básica 3 em Tuana Laran, bairro onde reside e onde votou, pouco depois das 9h (meia noite em Lisboa), António da Conceição, considerado o segundo candidato mais forte. Já no local, António da Conceição esperou numa das filas de eleitores, mas depois, a convite de um dos responsáveis da mesa de voto, acabou por ir para a frente para votar.
Na altura em que votava, e à semelhança do que ocorria noutros locais do país, a espera já tinha que ser longa para quem queria votar chegando, neste caso, a mais de 40 minutos.
António da Conceição mostrou-se confiante de chegará à segunda volta, para representar uma “mudança no país”. “Hoje estamos a fazer a expressão da vontade popular e o resultado determinará se irei ou não para a segunda volta. Tenho convicção política, depois do que senti nos 14 dias da campanha, de uma certa confiança e expectativa de mudança neste país e por isso alguma expetativa de ir à segunda volta”, afirmou. “Todos nós estamos a concorrer, somos todos timorenses e não tenho esta expectativa de que todos me irão apoiar, mas se os meus vizinhos me consideram como alguém deste bairro, se virem que fiz algo por eles, com certeza que vão votar”, afirmou.
À mesma hora, noutro ponto da cidade, votava o ex-Presidente Xanana Gusmão, presidente do CNRT, o maior partido timorense que também apoia a candidatura de Lu-Olo.
Em Timor-Leste, onde podem votar todos os cidadãos com mais de 17 anos, estão registados 743.150 eleitores residentes nos 13 municípios do país, a que se somam os registados nos únicos três centros de votação no estrangeiro: 886 na Austrália (228 em Darwin e 658 em Sydney) e 507 em Lisboa. As urnas encerram às 15h locais (6h em Lisboa).