O Banco de Portugal deu um mês à administração da Caixa Económica Montepio Geral para apresentar um projeto de mudança de nome, avança o semanário Expresso. De acordo com o jornal, o objetivo é afastar o banco do risco reputacional da Associação Mutualista Montepio, caso haja problemas de resgate financeiro dos clientes da associação. A mudança do nome deve acontecer ainda este ano, tornando assim clara a separação dos dois universos.
Além da alteração na marca, o banco Montepio deverá ser transformado numa sociedade anónima. Esta mudança permitirá a entrada de novos acionistas caso seja necessário aumentar o capital, refere o Expresso, adiantando que a intenção inicial era a de que, com a passagem a sociedade anónima, a entrada de novos acionistas ficasse reservada apenas à Associação Mutualista. Contudo, esta hipótese foi chumbada pelo supervisor, estando o Banco de Portugal aberto à possibilidade de limitar a tipologia dos acionistas, proibindo a entrada no banco de investidores que tenham uma missão comercial.
Banco com prejuízos de 80 milhões de euros
Ainda de acordo com o Expresso, o Montepio fechou o ano de 2016 com prejuízos de cerca de 80 milhões de euros. Apesar de negativo, o resultado líquido, que só será apresentado na próxima semana, sofreu uma redução de dois terços face ao prejuízo do ano anterior, de 243 milhões de euros.
As contas de 2016 não incluíram a operação da empresa Vogais Dinâmicas que chegou a entrar para as contas do terceiro trimestre apesar de não ter sido realizada. Caso a operação tivesse sido concretizada — estavam em causa a venda de participação de 19% que o banco tem na I’m Mining (controlada pelos irmãos Martins da Martifer) à sociedade Vogais Dinâmicas (controlada pelos mesmos acionistas) — poderia ter sido alcançada uma mais valia de 24 milhões de euros, explica o Expresso. Contudo, o Banco de Portugal não deixou porque está a investigar um possível conflito de interesses.