O ministro da Cultura de Cabo Verde é um dos convidados do festival LeV – Literatura em Viagem, que acontece nos dias 12, 13 e 14 de maio, em Matosinhos. Para assinalar uma década de evento, mais de 20 autores nacionais e internacionais vão juntar-se para falar dos seus livros, entre os quais um finalista do Man Booker Prize, um Prémio Camões, um Pritzker e um Prémio Saramago.
Comecemos pelo Pritzker, Álvaro Siza Vieira, que vai dar ao jornalista Valdemar Cruz uma longa entrevista de vida, sábado, 13 de maio, às 18h. No dia seguinte, às 16h, nova entrevista de vida, desta vez a David Mitchell. O britânico escreveu sete romances, dois dos quais, number9dream e Cloud Atlas (publicado em Portugal pela Dom Quixote como Atlas das Nuvens) foram selecionados para o Man Booker Prize e deram em filme. Em 2007, foi considerado uma das pessoas mais influentes do mundo pela revista Time e, em 2013, a revista Granta incluiu-o na lista de Melhores Escritores Britânicos em 2013.
A canadiana Rachel Cusk vai ter novo livro para apresentar. A Contraluz acaba de sair, pela Quetzal, e é o primeiro volume de uma trilogia. Quem terminou agora uma trilogia foi o escritor português João Tordo. Depois d’ O Luto de Elias Gro, e d’O Paraíso Segundo Lars D, este mês chegou às livrarias O Deslumbre de Cecilia Fluss (Companhia das Letras), que segue a vida de Matias Fluss, um adolescente preocupado com o sexo, um tio enlouquecido e fábulas budistas, até ao desaparecimento da sua irmã, Cecilia. João Tordo, que venceu o Prémio Saramago em 2009, vai participar na última mesa do LeV, domingo, às 18h, com o tema “Serão as notícias da morte da Europa exageradas? E da Literatura?”.
Abraão Vicente, escritor, artista plástico e ministro da Cultura de Cabo Verde é outro dos nomes fortes, assim como o espanhol Jesús Carrasco, galardoado em 2016 com o European Union Prize for Literature pelo romance La tierra que pisamos. O jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho, que vai lançar no LeV o seu mais recente romance, O Pianista do Hotel, Hélia Correia (Prémio Camões) e Frederico Lourenço (Prémio Pessoa) também vão fazer parte da 11.ª edição do festival.
Para além da literatura, alguns escritores vão “debater a Europa em que vivemos”. Essa Europa, explica a Câmara Municipal de Matosinhos, que organiza o LeV, é “conturbada”, e “os ideais do viajante e a universalidade da literatura e da cultura estão sob ameaça”.
O programa ainda não está completo, faltando saber, por exemplo, quem fará a sessão inaugural, sempre um dos momentos altos do LeV. No ano passado, Pacheco Pereira foi o convidado.
