O PSD questionou esta quinta feira o Governo sobre a duplicação do número de refugiados que abandonam Portugal, com a vice-presidente Teresa Morais a alertar para “dezenas de crianças” refugiadas que desapareceram de centros de acolhimento.

Numa pergunta entregue, esta quinta feira, na Assembleia da República, o PSD questiona as razões de, segundo notícias recentes, 1.255 pessoas que foram acolhidas em Portugal, 474 terão abandonado as instituições, o que representa cerca de 40% do total.

Segundo Teresa Morais, essas pessoas terão usado Portugal como “uma espécie de passadeira para outros países da Europa”. “O Governo nunca deu uma resposta clara, nem uma interpretação aceitável para este fenómeno”, acusou. Para o PSD, esta movimentação demonstra que “a integração de refugiados em Portugal tem falhas e essas falhas estão a ficar à vista”.

No caso das crianças, a deputada Teresa Morais admitiu que “há alguns exemplos bem sucedidos de integração no sistema educativo”, mas alertou para outra situação preocupante. “É muito preocupante que em centros de acolhimento de refugiados desapareçam dezenas de crianças, a quem as autoridades portuguesas perderam literalmente o rasto”, afirmou.

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Segundo a vice-presidente do PSD, estas crianças “podem estar a ser objeto de exploração sexual, podem ter sido envolvidas em redes de tráficos de menores” e acusou o Governo não ter dado explicações suficientes sobre estes fenómenos.

Na pergunta hoje entregue no parlamento, o PSD quer conhecer as explicações do Governo para esta movimentação de saída, quantas as pessoas integradas em programas de formação profissional, quantas já tiveram acesso ao mercado de trabalho e quantas estão a aprender a língua portuguesa.

“Em nosso entender, uma das falhas está na forma como as pessoas são colocadas. Muitos que vêm de meios urbanos têm sido colocados em meios rurais com os quais não se identificam, outros não tem tido acesso à aprendizagem de língua portuguesa ou formação profissional”, criticou Teresa Morais.

O PSD, disse, já questionou em audições parlamentares os ministros Adjunto e da Administração Interna e admite tomar iniciativas legislativas caso não receba respostas claras ou em tempo útil às perguntas hoje colocadas.