A Força Aérea vai finalmente comprar cinco novos helicópteros (com opção de compra de mais dois) para substituir os 18 Allouette ainda em utilização. O contrato que lança a compra, assinado pelo ministro da Defesa em meados de março deste ano, foi publicado esta quinta-feira em Diário da República e estabelece um prazo acelerado para a concretização da compra: 40 dias. Os helicópteros, já se sabia, deverão custar 20,5 milhões de euros.

Além da compra dos aparelhos (cinco ligeiros monomotor), a Força Área inclui no contrato o treino, peças “sobresselentes e material de apoio, incluindo a possibilidade de retoma dos helicópteros Alouette III” ao serviço do ramo há meio século. Fica ainda estabelecido um prazo de 28 meses para a conclusão do contrato, o que significa que o pagamento dos mais de 20,5 milhões de euros (que saem da Lei de Programação Militar) vão ser feitos em três fases: 10 milhões de euros mais sete milhões de euros mais 3,5 milhões de euros, divididos entre 2018 e 2020.

Os critérios para a decisão do vencedor do concurso dividem-se em “valia económica” (com um peso de 55% no momento de decisão), valia técnico-operacional (com uma ponderação de 25%) e, por último, valia técnico-logística (que conta 20% para a balança).

Ao autorizar a compra por parte da Força Aérea, o ministro da Defesa reconheceu a necessidade de avançar com o negócio. “Era realmente uma prioridade para a Força Aérea Portuguesa e, ao mesmo tempo, [para] dotar os helicópteros que venham a ser adquiridos de meios necessários para participarem no combate a incêndios (…) faz sentido que se realize uma localizada despesa suplementar”, referiu Azeredo Lopes, dias depois de ter assinado o despacho.

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Defesa autoriza compra de cinco helicópteros ligeiros para substituir Alouette III

Ao Observador, a respeito de um artigo sobre a execução da Lei de Programação Militar, fonte do Ministério da Defesa Nacional tinha avançado a explicação de que “a necessidade de dotar o helicóptero ligeiro de valências de duplo uso, designadamente no que respeita à sua participação no dispositivo de combate a incêndios florestais como se pretende, obrigou a redefinir os requisitos do projeto”, arrastando alguns meses os prazos previstos.

Os helicópteros — uma exigência da Força Aérea com quase duas décadas — vão servir para o treino de novos e atuais pilotos, vão ser usados em missões de busca e salvamento na costa portuguesa, vão realizar missões de transporte e de evacuação sanitária militar. Deverão, ainda, integrar o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais.

A compra concretiza-se no limite. No próximo ano, os atuais Alouette — que o ministro considerou apresentarem “um obsoletismo tecnológico decorrente da súbita escassez de componentes no mercado” — deixam de poder levantar voo por terem sido “totalmente descontinuados”, disse o ministro em março.