O secretário de Estado da Administração Interna disse que o principal objetivo do Governo para a época de incêndios florestais, que se iniciou esta segunda-feira, é que não haja mortos e que os operacionais regressem bem às suas casas.
“Temos como objetivo principal aquilo [a] que chamamos baixas zero. Não queremos que este ano, assim como no ano passado foi conseguido, e também era um dos grandes desígnios, que não houvesse mortos nestes dias que se aproximam”, frisou Jorge Gomes, na apresentação do Plano Operacional do Distrito de Lisboa, no âmbito Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) 2017.
O governante afirmou que “a grande preocupação deste Governo”, além de para com os cidadãos, é que os operacionais cheguem a casa da mesma forma como saíram, e deixou um apelo às chefias. “Pretendemos sensibilizar todos os senhores comandantes para que consigam ter bastante força e energia para sensibilizar os seus homens e mulheres para que quando partem para um teatro de operações tenham a capacidade de proteger o cidadão, os bens do cidadão, a floresta, mas também, a sua autoproteção, para nós, é fundamental”, vincou Jorge Gomes.
O secretário de Estado reiterou que o DECIF deste ano terá a integração de militares das Forças Armadas no sistema de combate a incêndios, depois de terem recebido formação de base para poderem participar nestas ações, a pedido das próprias Forças Armadas.
O Exército fez uma entrada com 1.350 homens, a Armada com dois pelotões, com cerca de 60 homens, e a Força Aérea tem vindo a desempenhar um papel que é importante em tudo o que diz respeito aos meios aéreos e à organização do espaço aéreo”, explicou Jorge Gomes.
O governante referiu também que está na fase final a criação de um ‘kit’ de alimentação para os operacionais que estejam a combater incêndios, para as primeiras 24 horas no terreno. “É um ‘kit’ que está a ser estudado e trabalhado pela Direção-Geral de Saúde, a fim de ser um ‘kit’ que esteja preparado para ajudar os nossos operacionais na alimentação quando enfrentam no teatro de operações as situações mais adversas, como as temperaturas, não só do nosso clima, mas também as temperaturas que são provocadas pelo próprio incêndio”, explicou o secretário de Estado da Administração Interna.
O governante admitiu ainda que este ano “não começou da melhor forma” no que aos incêndios diz respeito. “Em 2016, no dia 07 de maio tínhamos 886 ignições e uma área ardida de 1.203 hectares, e este ano temos 4.848 ignições e já temos 13.000 hectares de área ardida”, disse Jorge Gomes
No distrito de Lisboa a média de ignições ocorridas nos últimos dez anos foi de 1.277 ignições e a média da área florestal ardida, no mesmo período, foi de 856 hectares. “Nas comparações de 2016 e 2017, Lisboa está muito bem, porque em 2016 nesta data tinha 50 ignições e 207 hectares ardidos e em 2017 tem apenas nove ignições e 136 hectares ardidos, o que para nós é extraordinariamente positivo”, salientou o governante.
A época oficial de incêndios florestais começou esta segunda-feira com a fase ‘Bravo’, a segunda mais crítica, e vai mobilizar, até 30 de junho, 1.561 equipas compostas por 6.607 operacionais e 1.514 viaturas, segundo o DECIF de 2017. A época de incêndios termina a 15 de outubro e os meios de combate estarão na sua capacidade máxima entre 01 de julho e 30 de setembro, a chamada fase ‘Charlie’. Para esta fase, considerada a mais crítica, vão estar envolvidos 9.740 operacionais e 2.065 viaturas, apoiados por 48 meios aéreos e 236 postos de vigia.