A produção da silvicultura aumentou 4,2% em valor e 3,5% em volume em 2015, mantendo um crescimento que tem sido sobretudo dinamizado pela produção de cortiça, divulgou esta quarta-feira o INE.
Segundo as contas económicas da silvicultura relativas a 2015 do Instituto Nacional de Estatística (INE), o Valor Acrescentado Bruto (VAB) da silvicultura registou em 2015 um aumento de 5,8% em valor e de 3,8% em volume, tendo sido determinante o comportamento da produção de cortiça (+9,1% em valor e +6,0% em volume) e, “em menor grau”, de madeira (+3,3% em valor e +3,7% em volume).
Segundo o INE, o VAB da silvicultura representou em 2015 cerca de 0,6% do VAB nacional e apresenta uma tendência crescente desde 2010, tendo registado entre 2011-2015 um acréscimo médio de 3,4% em valor e de 1,9% em volume.
Em 2015 face a 2014, a produção da silvicultura aumentou em valor (+4,2%) e em volume (+3,5%), com destaque para as subidas na produção de cortiça (+9,1%) — que foi “o produto com maior impacto no aumento da produção” da silvicultura em 2015 – de madeira (+3,3%) e de serviços silvícolas (+2,0%).
Em termos estruturais, a cortiça assume-se como “o produto com maior destaque no período de 2000 a 2004, com um peso relativo de 46,2%, tendo sido superada, nos anos seguintes, pela madeira para triturar (42,7% em 2015).
No que se refere à madeira para serrar, registou um aumento de 1,1% em volume e uma subida de 4,9% do preço, devido à insuficiência de toros provocada pelos incêndios e pela diminuição das plantações nos últimos anos.
Já a madeira para triturar, proveniente de espécies resinosas e folhosas como o eucalipto, retomou em 2015 o crescimento registado entre 2009 e 2013 e interrompido em 2014, progredindo 4,7% devido ao aumento da capacidade produtiva da indústria de pasta de papel, mas vendo os preços caírem 2,4%.
Quanto à produção de serviços silvícolas, aumentou em valor (+2,0%) e diminuiu em volume (-0,2%), sendo este recuo em volume atribuído ao decréscimo de 8,9% na florestação e reflorestação, em particular de sobreiro e pinheiro manso.
Em 2015, o montante de ajudas pagas à atividade silvícola (subsídios ao produto, outros subsídios à produção e transferências de capital) aumentou 13,0%, com subidas de 11,4% nas ajudas pagas à produção e de 18,3% nas ajudas a ações de investimento na atividade silvícola (transferências de capital).
Nesse ano, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) na silvicultura decresceu em valor (-2,7%) e em volume (-3,8%), sobretudo penalizada pelo recuo de 6,5% em valor e de 9,0% em volume da FBCF em florestação e reflorestação. Segundo o INE, em 2015 a FBCF em florestação e reflorestação foi constituída por 13,2% de sobreiro, 9,5% de pinheiro manso e 77,3% de eucalipto.
Em 2015, o rendimento dos fatores e o rendimento empresarial líquido da silvicultura e exploração florestal aumentaram 4,9% e 3,9%, mantendo a tendência de crescimento observada desde 2009.
Numa análise comparativa entre Estados membros da União Europeia (UE), em 2014 (último ano com informação disponível para a UE), Portugal posicionou-se em 10.º lugar em termos de importância relativa do VAB da silvicultura e exploração florestal no VAB da economia nacional.