A secretária-geral adjunta do PS defendeu nesta quarta-feira que as estruturas sindicais devem encarar os novos desafios no mundo laboral como oportunidades para o reforço da sua intervenção e apelou ao empenhamento dos sindicatos no combate à precariedade. Ana Catarina Mendes falava no encerramento de uma conferência intitulada “Os jovens e o movimento associativo sindical”, integrada na iniciativa “o PS no terreno”, que decorreu no jardim da sede nacional deste partido em Lisboa.

Na sua intervenção, a “número dois” da direção do PS deixou várias mensagens dirigidas às estruturas sindicais, uma delas no sentido de que não adotem uma atitude defensiva ou de passividade face a fenómenos como a robotização ou automação do trabalho.

“As estruturas sindicais devem encerar os novos desafios no mundo laboral como novas oportunidades para o reforço da sua intervenção”, advogou. Para a secretária-geral adjunta do PS, os sindicatos “têm também um papel essencial a desempenhar no combate à precariedade laboral”.

“No PS, ou no Governo, estamos muito empenhados neste combate, até porque atinge sobretudo a população mais jovem”, disse. Perante algumas dezenas de jovens sindicalistas, Ana Catarina Mendes defendeu a ideia de que a negociação coletiva é valorizada pelo PS, “ao contrário do anterior Governo [PSD/CDS-PP] quer procurou colocar empregadores contra trabalhadores”.

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Ao nível partidário, a secretária-geral adjunta do PS referiu que desde o último congresso nacional, em 2016, se assistiu a um reforço da presença de sindicalistas nos diferentes órgãos políticos. “Queremos também um trabalho muito próximo com os sindicatos”, completou a “número dois” da direção do PS.

Antes, o deputado do PS e líder da Juventude Socialista (JS), Ivan Gonçalves, defendeu que há espaço para a atração dos jovens para a vida sindical”, mas deixou avisos às centrais sindicais. “A via para reforçar a presença de jovens tem de passar pela modernização das estruturas sindicais, já que o mundo do trabalho é atualmente mais volátil e, consequentemente, mais precário”, advertiu o líder da JS.

Para Ivan Gonçalves, o PS tem de fazer um debate aprofundado sobre os problemas que existem no mercado de trabalho, “que é mais desregulado e em que os jovens estão mais desprotegidos”.

“Temos também de fazer com que os mais jovens conheçam os seus direitos laborais. Esse trabalho tem de ser feito pelas estruturas sindicais, pelos partidos e, obviamente, pelas organizações de juventude”, declarou, antes de criticar as desigualdades salariais existentes dentro de uma mesma empresa. “É importante regular a forma como o capitalismo funciona”, declarou Ivan Gonçalves, numa alusão a uma das iniciativas da JS para estabelecer limites às desigualdades salariais.