Artigo em permanente atualização. Última atualização às 18h de domingo, dia 20 de agosto.

A tragédia aconteceu em Barcelona, na Catalunha, mas o impacto é mundial. Entre as vítimas mortais e os cerca de 130 feridos registados constam pelo menos 35 nacionalidades, de Espanha e Portugal à Austrália, passando pela Bélgica, Alemanha, Cuba, Honduras, Egipto, Peru, Turquia, Grécia, França, Filipinas, entre tantas outras. O ataque, que esta quinta-feira vitimou 14 pessoas nas Ramblas em Barcelona e no passeio marítimo de Cambrils, a cerca de 100km da capital catalã, foi um ataque ao turismo e ao mundo globalizado.

As informações sobre a identidade das vítimas estão a sair a conta-gotas, com todos os cuidados. O ministro da Justiça do governo da Catalunha (Generalitat), Carles Mundó, já veio dizer que o Governo só concretizará as nacionalidades das vítimas quando estiverem todas identificadas e quando as respetivas famílias forem devidamente informadas.

Falta identificar, segundo a Direção Geral da Proteção Civil da Catalunha, duas vítimas mortais. Este domingo, ao início da tarde, a Proteção Civil catalã, e depois o Governo, confirmaram a identidade de mais três vítimas. Uma delas era o menino australiano-britânico de sete anos, Julian Cadman, que a família dava como desaparecido desde quinta-feira, mas que este sábado a polícia catalã fez saber que não procurava nenhum menino, sublinhando que todas as vítimas e feridos estavam localizados. Afinal, depois de várias informações a dizer que o menino se encontrava entre os feridos hospitalizados, confirma-se agora que morreu no local.

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Eis as identidades das vítimas já conhecidas:

Espanha (5 vítimas)

A primeira vítima identificada foi um cidadão espanhol: Francisco Lópes Rodríguez, de 57 anos, natural de Lanteira, Granada. Entretanto, os meios de comunicação social espanhóis também deram conta de mais duas mortes, que correspondem à sua sobrinha e ao respetivo filho, um menino de três anos, que deverá ser a vítima mais nova do atentado. As suas identidades não foram, contudo, reveladas. A mulher de Francisco López Rodríguez estava com a família no momento do ataque e encontra-se gravemente ferida.

A estas três vítimas espanholas junta-se uma quarta — uma mulher, natural de Zaragoza, que não resistiu aos ferimentos na sequência do segundo atentado em Cambrils. A mulher encontrava-se em Cambrils com o marido e a irmã, que ficaram feridos. Nessa tentativa de atropelamento travada pela polícia, morreram os cinco ocupantes do carro, abatidos pela polícia.

A quinta vítima trata-se de uma cidadã hispano-argentina. Silvina Alejandra Pereyra tinha 40 anos e vivia em Barcelona há pelo menos dez anos.

Portugal (2 vítimas)

Uma mulher portuguesa, de 74 anos, morreu na sequência do atentado de quinta-feira à tarde, nas Ramblas. O secretário de Estado das Comunidades confirmou ao Observador que a vítima nasceu em 1943, é natural de Lisboa, e estaria acompanhada de uma jovem de 20 anos, a neta. O governante afirmou que já contactou a família da vítima para prestar “sentidas condolências”.

Um dia depois, já este sábado de manhã, o secretário de Estado das Comunidades, avançou que os testes de ADN realizados ontem confirmaram o “pior cenário”: que a neta, de 20 anos, também figurava entre os 13 mortos nas Ramblas. O Governo português já pediu ao executivo catalão para agilizar a trasladação dos dois corpos.

Avó e neta eram de Sintra e tinham acabado de chegar a Barcelona

Bélgica (1 vítima)

A segunda vítima confirmada foi uma mulher belga, chamada Elke Vanbockrijck, de 44 anos, natural da cidade de Tongeren. A imprensa belga diz que a mulher, que era funcionária dos correios, estava a passar férias em Barcelona com o marido, militar, e os filhos, de 11 e 14 anos. No Twitter, um suposto colega da vítima, confirmou o seu falecimento. Desconhece-se se o marido e filhos estão entre os feridos.

Itália (2 vítimas)

Outra das vítimas mortais do atentado será um italiano de 35 anos. Segundo o jornal italiano La Repubblica, Bruno Gulotta, de Legnano (Milão), estava de férias com a mulher e os dois filhos — um rapaz de cinco anos e uma menina de sete meses — quando foi atropelado pela carrinha nas Ramblas. A morte do italiano foi avançada pela empresa onde trabalhava, a Tom’s Hardware. Mas ainda não foi confirmada oficialmente.

O responsável da empresa explicou à imprensa que a mulher de Bruno entrou em contacto com eles para comunicar o falecimento. Disse que estavam os dois a passear pelas Ramblas com os seus dois filhos, um de cinco anos e um bebé que ia ao colo da mãe, quando foram surpreendidos pela carrinha. A mulher conseguiu salvar os dois dois filhos, mas o marido acabou por ser atropelado à sua frente.

Entretanto já foi identificado um segundo cidadão italiano: Luca Russo, engenheiro de 25 anos, natural de Bassano del Grappa. Segundo o ABC, Luca estava na capital catalã com a sua noiva, Marta Scomazzon, que ficou ferida sem gravidade.

Estados Unidos da América (1 vítima)

O Secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, confirmou que um cidadão norte-americano morreu na sequência do ataque em Barcelona, começando por não adiantar a sua identidade. Mais tarde, através da imprensa norte-americana, veio a saber-se que se trata de Jared Tucker, de 43 anos, que se encontrava em Barcelona com a sua mulher, Heidi Nunes. O casal estava de férias na cidade espanhola a festejar o seu primeiro aniversário de casamento.

Na altura do ataque, o casal encontrava-se em Las Ramblas e Heidi tinha acabado de se levantar para ir à casa-de-banho. Quando regressou, nunca mais viu o seu marido. “Só ouvi gritos”, disse à NBC. Tucker esteve desaparecido desde a altura do ataque — só esta sexta-feira é que Heidi teve a certeza de que o seu marido fazia parte da lista de vítimas mortais do atentado.

Canadá (1 vítima)

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, confirmou esta sexta-feira que um cidadão de nacionalidade canadiana morreu na sequência dos atentados, e outros quatro ficaram feridos. Não adiantou, contudo, a identidade das vítimas. “Foi com grande tristeza que me informaram de que um canadiano morreu e quatro ficaram feridos no cobarde ataque terrorista de Barcelona”, lamentou em comunicado.

Austrália (menino australiano-britânico de sete anos)

O desaparecimento de um menino australiano de sete anos foi amplamente divulgado e noticiado, depois de o avô do pequeno Julian Cadman ter publicado um alerta do desaparecimento do neto na sua página de Facebook. O menino estaria em Barcelona com a mãe, Jom, que está hospitalizada na sequência do atropelamento nas Ramblas

Este sábado, contudo, a polícia catalã avançou que o menino de sete anos que estava a ser dado como desaparecido estava no hospital, e que estava identificado (não estava desaparecido), mas recusou avançar com detalhes sobre o seu estado. Este domingo, a Direção Geral da Proteção Civil da Generalitat confirmou que o menino estava entre os 13 falecidos nas Ramblas. A polícia catalã informou o pai da criança, que reside em Sidney; a mãe está entre os feridos hospitalizados.

O menino estava em Barcelona com a mãe para irem a um casamento. A família emitiu entretanto um comunicado, divulgado pelo Departamento de Relações Internacionais da Austrália, onde diz que o pequeno Julian “foi um membro muito amado e adorado pela nossa família”. “Estava cheio de energia, era gracioso, fazia-nos sempre sorrir. Fomos abençoados por o termos tido nas nossas vidas e recordaremos sempre o seu sorriso”, lê-se.