O jornal de negócios alemão Handelsblatt noticiou que os procuradores alemães encarregues de investigar as práticas da Audi, no âmbito do escândalo das emissões descobriram que a marca dos quatro anéis fabricou milhares de automóveis, destinados aos mercados asiáticos da China, Coreia e Japão, todos com o mesmo Número de Identificação de Veículo (VIN). A questão que a descoberta levantou de imediato foi: para quê?

Habitualmente referido como o número do chassi, o VIN é um conjunto de 17 dígitos, destinado a identificar uma única viatura. Além de permanecer o mesmo ao longo de toda a vida do veículo, não pode voltar a ser utilizado, pelo menos, nos 30 subsequentes à sua inscrição num dado automóvel. Exigências que tornam, desde logo, altamente anormal a produção de milhares de carros com um único VIN… A não ser, por erro mecânico!

Sem explicações para o sucedido, o jornal terá contactado o fabricante de Ingolstadt que, através de um porta-voz, garantiu desconhecer a existência de qualquer problema com o VIN nas viaturas em questão. Isto, ao mesmo tempo que, da parte dos investigadores, permanece a interrogação quanto ao propósito de fabricar uma grande quantidade de veículos com um só número de identificação.

Recorde-se que os Audi importados são especialmente valorizados no mercado chinês, apesar de a marca alemã ter uma parceria com uma companhia chinesa para produzir carros localmente. Se bem que estes não têm, entre o público chinês, o mesmo estatuto dos importados.

Quanto à descoberta, aconteceu, segundo revelaram fontes da Procuradoria de Munique ao Handelsblatt, na sequência de um raide, em Março, a instalações do fabricante de Ingolstadt. E em que os investigadores procuravam documentos relacionados com o Dieselegate.

A acção da justiça germânica aconteceu já depois de o ministro dos Transportes alemão ter acusado a Audi de falsear os resultados dos testes às emissões de mais de 24 mil unidades dos modelos A7 e A8, com motores diesel.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR