O FC Porto não é favorito a vencer o grupo, esse é o Mónaco, mas pode bater-se de igual para igual com turcos e alemães. Não sendo o grupo mais difícil do sorteio (Benfica e Sporting vão ter de suar bem mais), o equilíbrio é nota dominante e os portistas tanto podem seguir para os oitavos-de-final como nem à Liga Europa (a que se chega por via do terceiro lugar) ir. A ida à Turquia (sempre um “inferno”) e, sobretudo, os três encontros no Dragão, vão decidir muito do futuro dos portistas (e dos milhões que chegam aos cofres ou não) na Europa este ano.

MÓNACO

Não é provável que Kylian Mbappé defronte o FC Porto. Esta quinta-feira o jornal L’Équipe garantia que o fenómeno francês estava a “um passo” de se transferir para o Paris Saint-Germain de Neymar. Mas o campeão francês treinado por Leonardo Jardim não ficará certamente mais fraco com a saída de Mbappé: de Paris podem chegar Pastore, Lucas ou Draxler. Mais: com os cofres cheios (Mbappé custará perto de 180 milhões de euros aos parisienses; Mendy saiu para o Manchester City por 57,5 milhões, Bernardo Silva custou 50 milhões ao clube de Pep Guardiola e Bakayoko chegou ao Chelsea por 45 milhões) os monegascos têm vários alvos em mira para reforçar o plantel, entre eles o ponta-de-lança Andrea Belotti (Torino), mas também os avançados Keita Baldé (Lazio), Patrik Schick (Sampdoria) ou Kasper Dolberg (Ajax).

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Quanto a saídas, à parte da de Mbappé, Fabinho (PSG) e Thomas Lemar (Arsenal) estão a ser cobiçados mas não é expectável que o milionário russo que preside o Mónaco, Dmitry Rybolovlev, aceite negociar os dois. Assim sendo, contabilizando saídas e reforços — os já confirmados e os que estão por confirmar –, o Mónaco é o principal favorito a vencer o Grupo G. Afinal, um onze com Subasic, Sidibé, Glik, Jemerson, Kongolo, Fabinho, Moutinho, Tielemans, Rony Lopes, Falcao e Mbappé (?) impõe respeito. Curiosamente, na única vez em que os portistas encontraram o Mónaco na Liga dos Campeões, venceram. Foi na final de Gelsenkirchen em 2004.

BESIKTAS

O Besiktas é o campeão em título na Turquia. Aliás, venceu o campeonato turco na últimas duas épocas. E tentará o tri, tendo-se reforçado (e bem) no verão, por exemplo, com Pepe, Medel, Lens ou Negredo. Isto a juntar à artilharia do último ano: Adriano, Talisca, Gökhan Töre, Quaresma ou Ryan Babel. O treinador é o experiente Senol Günes, antigo selecionador turco. A defesa fora até aqui o ponto menos forte (chamar-lhe “fraco” é no mínimo um exagero), algo que a contratação de Pepe veio certamente colmatar. Quanto às estrelas lá do sítio, o Besiktas é tanto melhor quanto melhor forem Talisca (esteve para voltar ao Benfica e ser transferido para outro clube mas continuaria em Istambul) e Quaresma, sobretudo este último. A principal saída do clube foi… Vincent Aboubakar, que regressou precisamente ao clube-mãe, o FC Porto. Álvaro Negredo (ainda que trintão) fará certamente os fervorosos adeptos turcos esqueceram o camaronês em três tempos — ou recordarem-se dele caso “molhe a sopa” nos confrontos entre portistas e turcos. No estádio do Dragão o FC Porto é favorito; na ida ao “inferno” da Vodafone Arena ninguém é mais favorito que os da casa. Em confrontos até aqui a vantagem é toda portista. E muito contribuiu Quaresma, agora do outro lado, para tal registo.

RB Leipzig

É o clube da moda na Alemanha. No ano em que ascendeu à Bundesliga acabaria logo em segundo lugar, só atrás do todo-poderoso Bayern. Mas é também um clube odiado, pois é pertença da Red Bull e os alemães não são propriamente afetos a clubes “novos ricos”. Uma coisa há a elogiar no Leipzig: tem um projeto de futuro. Literalmente de futuro, pois é mais de contratar jovens e fazê-los crescer do que apostar (pagando rios de dinheiro) em jogadores feitos. Um dos “jovens” em quem o clube treinador pelo austríaco Ralph Hasenhüttl apostou este ano foi o português Bruma, por quem pagaria ao Galatasaray 12,5 milhões — mais 2,5 por objetivos. A defesa não tem nomes de pompa. O meio-campo, sim: Naby Keïta é um daqueles médios africanos que nasceu homem mas poderia ser “polvo”, estendendo os seus tentáculos (leia-se: pernas) a todo o meio-campo, defendendo tão bem como ataca — e no papel ele até é mais de atacar do que de defender. No ataque há velocidade, a de Poulsen e Oliver Burke, mas também “poder de fogo”: o da estrela do Leipzig e goleador-mor, Timo Werner. Contratações sonantes, nenhuma. Mas o francês Jean-Kévin Augustin, ex-Paris Saint-Germain, se comprovar na Alemanha o que prometeu nas camadas jovens da seleção francesa (onde até foi mais relevante na conquista de títulos do que Kylian Mbappé) pode valer bem os 13 milhões de euros que o Leipzig pagou por ele.