Pedro Santana Lopes admite que está a “cuidar” do programa para o Partido Social Democrata (PSD), escreveu na sua crónica semanal no Correio da Manhã publicada hoje. Sob o argumento de que “o PPD/PSD não nasceu para ser segundo de ninguém” e de que o país precisa de crescer e melhorar, o social democrata assume que “nesta fase, os programas são muito importantes” – “é disso que estou a cuidar estes dias“, escreve.

O atual provedor da Santa Casa e ex-autarca justifica esse envolvimento com o novo programa por receber muitos apelos para o seu regresso e por se considerar um homem de ação. “Sou mais de ação, sou mais de agir e, desculpem a presunção, mas nas três casas que dirigi com algum tempo até hoje, têm querido que eu regresse ou que eu continue: falo da Figueira, de Lisboa e da Santa Casa.” E reforça: “têm valor os que acrescentam valor… Juventude, trabalhadores, empresários, autarcas, investigadores, os que vão por projetos. Eu também sou assim.”

Sobre Pedro Passos Coelho, Santana refere que o PSD “viu sair o seu líder que fez um trabalho digno de muito reconhecimento”. O grande desafio, acrescenta, “é escolher a solução capaz de enfrentar um adversário muito poderoso de quem neste momento se diz com condições de conseguir uma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas.” Para isso, defende a recuperação de “muitos que estão fora da vida política ativa, nomeadamente fora de Portugal”, mas que “são grandes quadros e que têm ser aproveitados”.

No mesmo artigo em que reforça a possibilidade de voltar a disputar a liderança do partido, Santana Lopes divide-se entre elogios e críticas. Embora reconheça que “o PPD/PSD tem muita coisa boa” — caso dos “autarcas que têm feito obras extraordinárias, transformam urbes com projetos inovadores e mobilizadores, e tem, principalmente, militantes de uma generosidade fantástica, as chamadas bases” –, também deixa farpas bem afiadas a quem chama de lapas.

Os partidos não se constroem com lapas e o PSD tem um número considerável dessa espécie. As lapas agarram-se quando lhes interessa e onde julgam que se podem segurar.”

E, sem discriminar nomes, acrescenta uma forte crítica na atual ressaca das eleições autárquicas: “Há lapas que já foram autarcas, mas não deixaram marca, não deixaram nada, ou porque não são capazes e/ou porque se preocupam sempre mais em tratar da sua sobrevivência do que do desenvolvimento das comunidades a quem o voto pediram. São lapas porque não são mais nada, não têm mais nada para dar.”

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