Seis meses após a entrada em funcionamento da videovigilância no município da Amadora, a presidente da autarquia considera positiva a experiência e admite avaliar, no próximo ano, a colocação de câmaras em outras zonas da cidade.

“Está a correr bem. A autorização que temos é para dois anos. Daqui a um ano, sensivelmente, estaremos a preparar o pedido de renovação da autorização para o funcionamento da ‘vídeo proteção’ e, nessa altura, avaliaremos com a PSP se fará sentido pedirmos a extensão das câmaras para outras zonas da cidade”, afirmou à Lusa Carla Tavares (PS).

“Entendemos que não é a videovigilância que vai resolver os problemas da segurança ou da falta dela, mas temos de a ver como um instrumento de trabalho ao serviço da PSP, foi sempre assim que a encarámos”, frisou a autarca. Carla Tavares adiantou, por isso, que, “se os dados manifestarem de alguma forma a necessidade de aumentar o número de câmaras”, a autarquia avaliará esse novo investimento.

O município da Amadora tem, desde 11 de maio, 103 câmaras de videovigilância em funcionamento nos espaços públicos. A instalação das 103 câmaras representou um investimento municipal de um milhão de euros, acrescido de cerca de 900 mil euros na rede de fibra ótica.

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Quando as câmaras entraram em funcionamento, o diretor nacional da PSP, Luís Farinha, salientou que “a proteção da privacidade das pessoas está assegurada”, através do controlo do acesso às imagens, com intervenção do Ministério Público, e da encriptação de zonas habitacionais.

Moradores pedem mais câmaras

No Jardim Luís de Camões, na Brandoa, uma câmara vigia a envolvente do fórum cultural e das paragens de autocarros à entrada daquele que foi o maior bairro clandestino da Europa.

“Era só lama, nem água havia”, recordou Maria Modesta, 81 anos, que mora há 46 no bairro, enquanto aproveita num banco do jardim o sol já fraco de novembro. O marido, Arnaldo Porteiro, 78 anos, considerou à Lusa que a videovigilância trouxe “vantagem, mas era preciso que as pessoas tivessem mais respeito“.

“Penso que temos pouca videovigilância, só o ministério do Ambiente e a PSP é que têm. Isto é um bairro social com muitos problemas. Seria excelente que pudesse ter mais câmaras, junto das instituições“, referiu a fundadora da Associação de Moradores do Bairro do Zambujal. Para Maria Felicidade Nunes, 76 anos, a videovigilância “é excelente e faz todo o sentido para a segurança das pessoas e bens”. A associação, que presta assistência a idosos e fornece refeições a 25 famílias, já foi assaltada duas vezes.

Por seu lado, o presidente da Associação Comercial e Empresarial dos Concelhos de Oeiras e Amadora, João Antunes, disse que a videovigilância é benéfica para o comércio “porque basta as pessoas se sentirem mais seguras para irem às compras com mais facilidade. Quanto mais segurança, mais as pessoas andam na rua e o comércio vive das pessoas na rua“.