O Benfica precisava ganhar na Rússia. Apesar de ter começado a fase de grupos da Liga dos Campeões com quatro derrotas, ainda assim precisava ganhar na Rússia. Porque se ganhasse na Rússia, estava dentro do apuramento para, pelo menos, a Liga Europa. E, no limite, com uma conjugação cósmica formidável, os oitavos da Champions. Afinal, os astros estavam desalinhados e tudo correu mal. Mas vá, não foram apenas os astros…

Os comandados de Rui Vitória perderam com o CSKA Moscovo por 2-0 e reforçaram os registos negativos na Liga dos Campeões para números impensáveis: cinco jogos, zero pontos, um golo apontado, 400 minutos sem marcar, 12 golos sofridos. Uma contabilidade que, de forma inevitável, remete para cinco manchas no currículo do Benfica.

Depois de sofrer o primeiro golo, por Schennikov (consentiria ainda outro, o autogolo de Jardel), 2017/18 passou a ser a pior campanha do Benfica a nível de golos consentidos na fase de grupos da Liga dos Campeões à quinta jornada (12), sendo apenas batida a nível de equipas portuguesas pelo Sporting em 2000/01.

Ao mesmo tempo, com mais dois golos sofridos na Rússia a juntar aos cinco consentidos na Suíça frente ao Basileia e aos dois sofridos em Inglaterra com o Manchester United, o Benfica passou a ser a equipa da fase de grupos com mais golos sofridos na condição de visitante (nove), superando o até então líder Anderlecht.

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Para terminar este capítulo relacionado com a (má) performance defensiva do Benfica, os 12 golos consentidos até ao momento (com um jogo ainda por disputar) igualaram o pior registo de sempre dos encarnados na Taça dos Campeões Europeus/Liga dos Campeões, que remontava ao longínquo ano de 1966.

Saltando agora para o ataque, que apontou apenas um golo (curiosamente o primeiro na Champions, na receção ao CSKA Moscovo) e está a seco há 400 minutos, o Benfica tornou-se a equipa menos concretizadora de sempre em termos de Champions entre os conjuntos nacionais, abaixo do que tinha feito em 2015.

Juntando uma defesa má a um ataque ainda pior, torna-se complicado ganhar. E o mais provável mesmo é perder-se, como aconteceu nas primeiras cinco jornadas ao Benfica: os encarnados tornaram-se a primeira equipa portuguesa de sempre a perder os cinco encontros iniciais, a 19.ª no total histórico da competição desde 1997.

Mas já acabou? Ainda não. Se todo este cenário é mau, existe ainda um outro registo pior e que será o grande objetivo (além do milhão e meio de euros) do Benfica na última jornada: só a vitória poderá evitar que os encarnados fiquem como a pior equipa portuguesa de sempre na fase de grupos da Champions, superando o Sporting.