A coordenadora do BE avisou esta quinta-feira que “este é o momento político” para falar da renegociação da divida publica, afirmando que o Governo “tem que ter a coragem” de o fazer, se quer defender “uma recuperação económica sustentada”.
“A ‘troika’ tem que tirar as consequências do que fez e o Governo português, para defender uma recuperação económica sustentável do pais, tem que ter a coragem de colocar a renegociação da dívida pública em cima da mesa e este é o momento político para o fazer“, afirmou Catarina Martins, em Braga, durante uma sessão dedicada à analise de dois anos de solução governativa à esquerda.
Para a líder bloquista, “num momento em que todas as instituições internacionais reconhecem que Portugal por ter feito um caminho diferente daquele que impuseram conseguiu bons resultados, Portugal tem que usar isso a seu favor e exigir que essas instituições assumam as suas responsabilidades e façam a renegociação da divida pública”.
Por isso, Catarina Martins lançou um desafio ao executivo liderado por António Costa: “Fazer essa renegociação, falar dela na Europa, é este o momento. Porque espera o Governo para o fazer?”. O BE defendeu ainda que, “com pequenas alterações nos prazos e diminuição dos juros”, a dívida pública portuguesa podia baixar.
“O trabalho está feito, o BE fez esse trabalho. Tem uma proposta sua, própria, mais ambiciosa, com cortes nos montantes da dívida, mas fizemos uma outra proposta, trabalhámos ao longo de muito tempo com o PS, com o Governo, com especialistas, o que permite, mexendo em prazos e nos juros, descer a divida pública para 90% do PIB e com isso aliviar o país para investir no que faz falta, a Educação, a Saúde, o interior, a criação de emprego, na recuperação de toda a Economia”, apontou.
Num discurso em que lembrou todos os feitos alcançados pelo acordo com o PS que permitiu uma viragem do país à esquerda, Catarina Martins não se esqueceu de deixar algumas críticas a António Costa e ao PS, lembrando a queda do acordo na questão das eólicas ou a Taxa Social Única.
Ainda assim, para o BE, o balanço “é positivo”. “Nestes dois anos fez-se caminho, mas o caminho a fazer é ainda maior”, afirmou.