O novo governo austríaco, liderado por Sebastian Kurz e que inclui membros do partido conservador, tomou posse esta segunda-feira, tornando-se oficialmente no único governo europeu a incluir representantes da extrema-direita no executivo.
Ao mesmo tempo que o presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, presidia à cerimónia de tomada de posse no palácio de Hofburg, entre cinco e seis mil pessoas manifestavam-se na praça de Heldenplatz, em frente ao palácio.
Os manifestantes, muitos deles membros de organizações feministas e de partidos da esquerda, empunhavam cartazes onde se lia “não deixem os nazis governar” e chegaram a atirar alguns dispositivos pirotécnicos, mas a polícia acabou por intervir para acalmar os protestos.
O partido conservador austríaco (ÖVP) — que venceu as eleições — chegou na semana passada a acordo com o partido anti-imigração, o Partido da Liberdade, para formar Governo.
Sebastian Kurz, o líder do ÖVP, tornou-se a 15 de outubro o primeiro-ministro mais jovem da Europa. Kurz adotou um discurso anti-imigração que se sobrepôs ao da extrema-direita e acabou por ser a voz dos austríacos que estão contra o acolhimento de refugiados.
O acordo de coligação termina com um período de dezassete anos em que o Partido da Liberdade esteve arredado do poder: não estava no Governo desde 2000.
Quando o Partido da Liberdade chegou ao Governo, em 2000, alguns países da União Europeia impuseram sanções à Áustria; é improvável que, tendo em conta a conjuntura política europeia atual, isto volte a acontecer.
Áustria virou à direita e tem o primeiro-ministro mais novo do mundo
Contudo, Sebastian Kurz já assegurou que o novo Governo austríaco vai ser pró-Europa e que um referendo “tipo Brexit” está fora de questão.