O Reino Unido terá de estar definitivamente fora da União Europeia a 31 de dezembro de 2020, dentro de sensivelmente três anos. A data final foi confirmada por Michel Barnier, representante da Comissão Europeia nas negociações com Londres.

O anúncio tinha sido feito pela Bloomberg minutos antes de Barnier começar a falar aos jornalistas sobre o momento em que se encontram as negociações com o Reino Unido, na sequência do referendo que ditou o abandono do projeto europeu. De acordo com o francês, após a saída, o Reino Unido poderá manter todos os benefícios do mercado único, mas, para tal, também estará sujeito à legislação europeia. E o processo não é imediato.

De acordo com Barnier, no dia seguinte à saída da União Europeia, o Reino Unido também deixará de estar vinculado a cerca de 750 acordos com a Europa. Portanto, os próximos três anos, até à saída definitiva, também vão servir para reconstruir esses acordos, para que após a saída possa manter as relações comerciais com os vários Estados — algo que interessa tanto a Londres como a cada uma das capitais europeis da União.

A data fixada pela Comissão Europeia é um adiamento face ao momento inicialmente colocado em cima da mesa. Até aqui, tudo apontava para que o Reino Unido deixasse a União Europeia a no final de março de 2019, dois anos após o início oficial do procedimento de saída, quando May acionou o artigo 50º do Tratado de Lisboa.

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Mas a data também coincide com o fim do enquadramento financeiro multianual da União, o que permite que as negociações para o próximo quadro decorram com a certeza de que, quando entrar em vigor, já Londres está fora do projeto europeu. Entretanto, a Comissão Europeia divulgou dois documentos: um que dá inicio à próxima fase de negociações entre as duas partes e outro em que são estabelecidas as linhas orientadoras dessa discussão.

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