O ministro da Educação disse esta segunda-feira que a definição do número de professores que vai progredir ao abrigo da portaria de acesso aos 5.º e 7.º escalões da carreira docente é “um trabalho subsequente” à negociação do diploma.

“Esse é o trabalho subsequente. Agora negociámos com os sindicatos este instrumento absolutamente fundamental para que o descongelamento de carreiras acontecesse. Esse é um trabalho subsequente que estamos a fazer”, disse o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, à margem de uma cerimónia de apresentação dos vencedores da primeira edição do Orçamento Participativo Jovem Portugal (OPJP) 2017.

O ministro recusou que a portaria resultante da negociação com os sindicatos, e cujo texto final não mereceu o acordo dos professores, represente a imposição de “um garrote” para acesso a estes dois escalões da carreira, afirmando sobre esta matéria que “o Governo põe em prática o Estatuto da Carreira Docente”.

Os sindicatos exigiam a inclusão de quotas anuais para acesso a estes escalões, que desde 2010 estava pendente da publicação de uma portaria que só agora foi negociada e concluída, e que acabou por não ir ao encontro das exigências dos professores.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Questionado sobre se antecipa contestação nas escolas até ao final do ano face às matérias que ainda vão ser negociados e perante as ameaças da Federação Nacional de Professores (Fenprof) de voltar a trazer os professores para a rua já em fevereiro, Brandão Rodrigues respondeu que “a contestação é natural e que faz parte do trabalho que fazem habitualmente os sindicatos”.

“Fazemos a nossa parte do trabalho, que é fazer com que as comunidades educativas tenham o seu dia-a-dia o mais normalizado possível”, acrescentou.

O ministro aproveitou ainda a cerimónia, onde foi entrevistado para o programa de entrevistas online ‘Maluco Beleza’, do humorista e apresentador Rui Unas, para anunciar que o OPJP vai ter uma segunda edição, já em 2018, cujo período de candidaturas arranca em maio, e que terá um orçamento reforçado, passando dos 300 mil euros desta primeira edição, para 500 mil euros.

“Este é um exercício sério, que posto em prática vem alavancar o investimento público em algumas áreas que os jovens consideram pertinentes e nos vão exigir que façamos um investimento”, defendeu o ministro da Educação.

‘Liga-te à Pateira’, um projeto apresentado por Inês Tavares de Castro, Hélder da Silva Arede e Alexandre Resende Reis Pires, foi o que recolheu mais votos na 1.ª edição, propondo a reabilitação do percurso pedestre que liga a zona da Pateira de Óis da Ribeira (concelho de Águeda) até ao afluente em Requeixo (concelho de Aveiro), numa ligação com uma extensão aproximada de 3,6 quilómetros. A primeira edição do OPJP recebeu 400 propostas e teve 10 mil votantes.