Cientistas identificaram 15 novos planetas fora do Sistema Solar, a orbitar estrelas anãs vermelhas, incluindo uma ‘Super Terra’ com condições para ter água líquida à superfície, foi anunciado esta segunda-feira.
Segundo uma equipa de investigadores do Instituto de Tecnologia de Tóquio, no Japão, uma de três ‘Super Terras’ detetadas a girar em torno de uma das anãs vermelhas mais brilhantes, a K2-155, a cerca de 200 anos-luz do ‘planeta azul’, poderá estar na chamada ‘zona habitável’ da estrela.
A zona habitável é uma região do espaço que não é demasiado quente nem demasiado fria para a água líquida existir à superfície de um planeta. A água é um elemento essencial para a vida tal como se conhece.
Os cientistas sustentam a sua hipótese em simulações climáticas tridimensionais. Uma estimativa mais precisa do raio e da temperatura da estrela será necessária para validar a hipótese, admitem.
O planeta em questão, o K2-155d, o mais distante das ‘Super Terras’, assim designadas por serem ligeiramente maiores do que a Terra, tem um raio 1,6 vezes maior do que o ‘planeta azul’.
As anãs vermelhas são estrelas pequenas e frias, com uma temperatura à superfície inferior a 3.726ºC (o Sol tem uma temperatura à superfície na ordem dos 5.504ºC).
Os resultados da descoberta, descritos em dois artigos publicados na revista The Astronomical Journal, baseiam-se em dados recolhidos pela segunda missão da sonda norte-americana Kepler e em observações posteriores a partir de telescópios terrestres, como o Subaru, no Havai, nos Estados Unidos, e o Telescópio Ótico Nórdico, nas Canárias, em Espanha.
Há um ano, uma equipa internacional de astrónomos, incluindo a portuguesa Catarina Fernandes, que participou nas observações, descobriu um sistema de sete planetas a orbitar uma anã vermelha, a TRAPPIST-1, localizada a uma distância inferior da Terra, a 40 anos-luz.
Alguns destes planetas poderão ter potencialmente mais água do que o ‘planeta azul’, de acordo com um novo estudo divulgado em fevereiro, sendo que o quarto a contar da estrela é o mais parecido com a Terra em termos de tamanho, densidade e radiação recebida.
Meses antes, em agosto, uma outra equipa de astrónomos anunciara a descoberta de um planeta extrassolar a orbitar a estrela mais próxima do Sol, a Próxima de Centauro, também uma anã vermelha, mas situada a 4,22 anos-luz.
O planeta Próxima b, o mais perto da Terra, tem uma temperatura adequada para ter água líquida à sua superfície, pelo menos nas regiões mais quentes. Contudo, tem uma massa 1,3 vezes maior do que a Terra.