O presidente da Comissão Europeia elogiou hoje, em Bruxelas, as reformas nos países sob programa de assistência e disse esperar que todos aqueles que antecipavam a necessidade de um segundo programa para Portugal reconheçam agora que estavam enganados.
Discursando na “European Business Summit”, José Manuel Durão Barroso defendeu que “a estabilização da zona euro é um grande sucesso” e apontou como exemplo a conclusão bem-sucedida dos programas da Irlanda (em dezembro passado), de Espanha (neste caso um programa específico para os bancos, concluído igualmente no final de 2013) e de Portugal, “precisamente este mês”, no próximo sábado, 17 de maio.
“E o Governo português não pediu nem novo programa nem tão pouco um cautelar. Seis meses antes, quase todos os analistas previam que Portugal necessitaria de um segundo programa. Espero que digam agora: «estávamos enganados», porque ouvi-os todo este tempo a dizerem isso, contra a posição da Comissão, que dizia que Irlanda, Portugal e Espanha eram capazes”, afirmou.
O presidente do executivo comunitário acrescentou que “mesmo a Grécia, apesar de todas as dificuldades políticas, teve um ‘surplus’ histórico”, ao registar um excedente primário em 2013 de 1,5 mil milhões de euros.
“Portanto, os países fizeram um grande trabalho em termos de reformas, e às vezes não lhes é dado o devido crédito”, completou.
O programa de assistência financeira a Portugal, iniciado há três anos, termina formalmente no próximo sábado, tendo o Governo anunciado já este mês a opção pela chamada ‘saída limpa’, ou seja, sem requerer mais apoio financeiro ou uma linha de crédito cautelar.