O Presidente da Nigéria descartou a possibilidade de libertar militantes do Boko Haram em troca da libertação das mais de 200 raparigas sequestradas há um mês, disse, esta quarta-feira, o ministro para África britânico, Mark Simmonds.
O ministro britânico, que se encontra na Nigéria para conversações sobre a missão internacional de resgate das jovens, disse aos jornalistas ter levantado a questão a Goodluck Jonathan durante uma reunião na capital, Abuja. “Eu discuti este assunto com o Presidente e ele deixou muito claro que não haverá negociação com o Boko Haram envolvendo a troca das estudantes raptadas por prisioneiros”, afirmou.
A 14 de abril, o grupo fundamentalista islâmico raptou 276 raparigas, cristãs e muçulmanas, de uma escola em Chibok, no norte da Nigéria, das quais 223 continuam desaparecidas.
O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, sugeriu, num vídeo divulgado na segunda-feira, que estaria preparado para libertar as jovens se a Nigéria libertasse militantes do grupo detidos nas prisões do país. O ministro do Interior nigeriano, Abba Moro, rejeitou imediatamente a proposta, afirmando, em declarações à AFP, que o grupo radical não podia ditar os termos.
A porta do diálogo parecia, contudo, estar aberta, dado que o ministro dos Assuntos Especiais, Tanimu Turaki, disse, na terça-feira, em declarações à BBC, que a Nigéria estava disposta a negociar com o grupo fundamentalista islâmico.
Boko Haram, que significa na língua haussa “A educação ocidental é pecado“, luta pela imposição da “sharia”, ou lei islâmica, na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.
Desde que as forças de segurança nigerianas mataram, em 2009, o fundador e líder espiritual do Boko Haram Mohamed Yusuf, os radicais intensificaram uma campanha sangrenta que já causou mais de três mil mortos.
Em todo o mundo, multiplicam-se as manifestações para exigir a libertação das raparigas, num movimento criado a partir de uma palavra de ordem divulgada na rede social “Twitter”: “Bring Back Our Girls”.
O primeiro-ministro britânico David Cameron e a jornalista Christiane Amanpour
Proud to support #BringBackOurGirls. pic.twitter.com/Ge5wDPzCAO
— David Cameron (@David_Cameron) May 11, 2014
A atriz Emma Watson
#BringBackOurGirls pic.twitter.com/zYNp9YeYP0
— Emma Watson (@EmmaWatson) May 10, 2014
A fundadora do site Huffington Post, Arianna Huffington, com a filha, Christina
.@cshuffington and I say it's time to #bringbackourgirls. pic.twitter.com/XHI2zaMVsD
— Arianna Huffington (@ariannahuff) May 9, 2014
A fotografia da primeira-dama norte-americana Michelle Obama que iniciou a campanha #BringBackOurGirls.
Esta fotografia tem gerado alguma polémica nas redes sociais e originou uma campanha própria no Twitter – #WeCantBringBackOurDead – onde têm surgido várias fotografias de homens e mulheres com cartazes semelhantes ao de Michelle Obama, mas com mensagens que pedem à admnistração americana para pôr fim aos ataques com drones no Paquistão, Iémen, Somália e outros países.