A reabilitação do centro histórico da baixa pombalina, em Lisboa, enfrenta problemas com o lixo, agravados com “a transferência de competências da Câmara para as juntas de freguesia”, defendeu hoje o Presidente da Associação Dinamização da Baixa Pombalina.
Para o presidente Manuel Sousa Lopes, “antes de reabilitar é preciso limpar os centros históricos”, uma vez que “uma boa imagem funciona como o primeiro cartão-de-visita” para os turistas e para quem optar por viver na baixa, afirmou esta quarta-feira, dia 21 de maio, no “II Fórum Baixa-Chiado: O futuro dos centros históricos”, que ocorreu no auditório do Montepio Geral, em Lisboa.
Para que seja possível reabilitar a baixa pombalina é necessário “atrair jovens e dinamizar o comércio tradicional”. Problemas como “o envelhecimento populacional e a degradação dos edifícios são comuns a todos os centros históricos do país e até da Europa”, garantiu o presidente. “Um país que não cuida do seu património dificilmente cuida de si próprio”, referiu o Presidente do Conselho de Administração do Montepio Geral, António Tomás Correia, acrescentando que “é fulcral atrair o turismo, aumentar a habitabilidade local e garantir a permanência de jovens” na baixa de Lisboa.
Especialista em gestão do território, João Barreta esteve presente no fórum, sugerindo que os centros históricos do país reúnam as “vontades” por parte da “administração local, autarquias, estruturas associativas, empresários, residentes, clientes e turistas” com o “capital – património, habitualidade, infra estruturas, equipamentos, segurança, cultura, ambiente e comércio”-, para que se conseguir a reabilitação dos edifícios degradados.
Como causa da degradação dos centros históricos, o administrador delegado do Montepio Gestão de Activos Imobiliários, Fernando Santo apontou “o congelamento das rendas nos últimos anos, que não permitiu aos senhorios assegurar a reabilitação dos prédios”. Para justificar a falta de habitantes na baixa pombalina, Fernando Santo explicou ainda que “a Área Metropolitana de Lisboa, que corresponde a cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e com 2,8 milhões de pessoas, perdeu 300 mil habitantes nos últimos 30 anos”. E como “o que dá vida aos locais são as pessoas”, o responsável do Turismo de Lisboa, André Barata Moura, frisou ainda que “a baixa é o local mais visitado pelos turistas estrangeiros que veem a Lisboa”.