O que acontece quando um catamaran se funde com um iate de luxo? Só há uma reposta possível, até porque o WaterX Catamaran é um barco exclusivo no mundo. A ideia foi criar o primeiro iate de turismo em Portugal, que pudesse navegar as águas do Tejo e do Sado e proporcionar momentos de descontração em família ou mesmo em trabalho. Mas já lá vamos.
A empresa Water X dedica-se, desde 2002, ao turismo náutico em Portugal e tem uma frota de dez embarcações. Esta quarta-feira foi inaugurada a estrela do grupo, que une o sentido prático do catamaran ao luxo do iate. São 18,50 metros de comprimento por 8 de altura e com capacidade máxima para 155 pessoas. Um salão, dois bares, um sistema integrado de som com mesa de mistura e dois decks independentes. Uma vista panorâmica (quase) omnipresente e vidros fumados que quebram a luminosidade de dias soalheiros. Soa bem, não soa?
O design futurista do barco foi inspirado na fauna marinha. As linhas curvas e fluídas têm a autoria do designer industrial Tomás Costa Lima, explica João Mendonça, diretor geral da respetiva empresa de eventos náuticos. “Desenhámos o barco à nossa medida. Ganhámos um prémio ainda não este não estava pronto”, afirmou, referindo-se à declaração de interesse para o turismo, atribuído pelo Turismo de Portugal.
A embarcação pode navegar até Oeiras, Cascais, Montijo ou Seixal, a título de exemplo, mas “dorme” na doca de Alcântara. E pretende servir todo o tipo de eventos: desde reuniões e lançamentos de produto a cocktails, festas, despedidas de solteiro e – porque não? – casamentos. No fundo, é o cliente que escolhe o que quer fazer com o barco (três horas por 3.400 euros e oito horas por 5.900 euros, mais IVA).
“Nós entregamos o diamante em bruto, cabe ao cliente lapidá-lo ao seu gosto”. Isto é, o turista/empresário decide os itinerários e as atividades a bordo. Existem ainda parcerias que podem incluir serviço de catering, Dj e cocktails (pago à parte).
O projeto é 100% nacional: foi pensado, desenhado e concebido por mentes lusas. Construído nos Estaleiros de Vila Real de Santo António pela empresa Nautiber, durante um ano e dois meses, envolveu um investimento total de 720 mil euros (65% foi co-financiado pelo QREN). Destina-se, sobretudo, à classe média alta. Aliás, João Mendonça explica que 95% do mercado do grupo é estrangeiro. “Gostava de apelar a um público português. Não há nada semelhante no país e no mundo. Poderá existir, sim, conceitos parecidos, mas este barco é único. Foi construído do zero e tem assinatura”.
Ser rentável em seis anos de atividade é o objetivo do diretor geral. Apesar de estrear-se oficialmente nesta quarta-feira, João Mendonça admite que a embarcação já tem feito passeios. “Foram 12 eventos que representaram 1.500 pessoas”, explica, entusiasmado.
Para o verão, estão previstos itinerários (mediante o desejo dos tripulantes) que se concentram num triângulo que apela ao sol e à praia – Caparica, Cascais e Lisboa. E porquê um projeto destes só agora? “Queremos mostrar que temos a capacidade de fazer coisas fantásticas cá dentro, em Portugal. O barco é prova disso”.