O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete, afirmou esta quinta-feira que o pedido de Angola para a entrega de informações sobre os recursos mineiros e geológicos por parte de Angola “será objeto de estudo e resolução”.
Em declarações à Lusa, à margem do seminário Oportunidades de Investimento e Relações Económicas Portugal-Senegal, Rui Machete afirmou que esse pedido “está dentro da cooperação que mantemos com Angola” e acrescentou que, “certamente no âmbito desse pedido, esses problemas serão objeto de estudo e resolução”.
O Governo angolano quer que Portugal entregue informações sobre os recursos mineiros e geológicos elaboradas no país durante a época colonial, ainda na posse de instituições portuguesas, disse esta quinta-feira o ministro da Geologia e Minas de Angola.
“Dentro da boa cooperação que temos com Angola isso será resolvido com certeza”, concluiu Rui Machete, em Lisboa.
De acordo com o ministro angolano Francisco Queiroz, já foi criada este mês, em Angola, uma comissão que tem como propósito recolher esses dados, não só na posse de Portugal como de outros Estados, casos da Rússia, França, Bélgica e África do Sul.
“Trata-se de recolha dessa informação, que Portugal produziu aqui durante a administração colonial e que neste momento está nas instituições portuguesas. Claro que é uma informação que está desatualizada do ponto de vista tecnológico, mas é uma informação de base muito importante para trabalhos que se fazem subsequentemente”, disse o ministro.
A informação foi transmitida por Francisco Queiróz durante uma visita ao Centro Nacional de Tecnologias de Informação, em Luanda, onde será armazenada toda a informação geológica e mineira do país resultante dos levantamentos aéreos no âmbito do Plano Nacional de Geologia (Planageo).
Este banco de dados, denominado de Badageo e que servirá para definir a política mineira do país e suas potencialidades, integrará também dados ainda nas mãos de empresas e de particulares, que serão igualmente solicitadas.
Contudo, a tónica principal passa por fazer regressar a Angola as informações sobre os recursos mineiros e geológicos na posse de outros Estados.
“Vamos recolher toda essa informação que pertence ao Estado de Angola, nos termos da Lei”, garantiu o ministro da Geologia e Minas, recordando que com Portugal já estão em curso “contactos” com vista à entrega dos dados recolhidos no período anterior a 1975, ano em que Angola se tornou independente.