Quase 2.500 aerogeradores espalhados por zonas montanhosas e costeiras produzem atualmente cerca de um quinto da eletricidade consumida em Portugal, uma aposta liderada pelo distrito de Viseu, que pôs o país nos ‘tops’ do aproveitamento da energia eólica.

O dia mundial do vento assinala-se hoje. O primeiro parque eólico foi instalado em Portugal em 1986 na ilha de Porto Santo, mas os ventos da mudança intensificaram-se na viragem do século: em 2001, 173 aerogeradores produziam 114 megawatt (MW). E em 2005, deu-se a maior taxa de crescimento anual da capacidade de produção eólica no país.

No final de 2013, ano especialmente ventoso em que se alcançou um recorde na produção eólica, a capacidade instalada era mais de 40 vezes superior (4.730MW), num total de 2.474 aerogeradores ligados à rede, de acordo com o levantamento realizado pelo Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (Inegi) e pela Associação de Energias Renováveis (APREN). Na mesma altura, estavam em fase de instalação 63 aerogeradores, que permitirão um reforço da capacidade de 133 MW.

Nos primeiros cinco meses deste ano, os ventos sopraram de feição e a energia eólica assegurou 27% do consumo nacional, de acordo com dados da REN, a gestora da rede elétrica nacional. Em termos geográficos, Viseu é o distrito líder no que se refere à produção de energia elétrica a partir do vento, com quase um quinto da capacidade instalada (934MW), seguido por Coimbra (599 MW) e Vila Real (589 MW). O Alentejo é a região do país onde existem menos condições para o investimento.

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Depois de terem mudado a paisagem em terra, realizam-se agora testes sobre a viabilidade do investimento em parques eólicos no mar, estando já em pleno funcionamento a primeira eólica ‘offshore’, o WindFloat, ao largo da costa portuguesa, perto da Aguçadoura (Póvoa de Varzim), um projeto liderado pela EDP.

Portugal ocupava no final de 2013 a sétima posição na produção eólica na Europa, com os 4.730 MW de potência instalada, um ranking que é liderado pela Alemanha, que tem uma capacidade sete vezes superior (33.730MW), de acordo com a Associação Europeia da Energia Eólica. Ainda assim, no último ano, Portugal perdeu uma posição, sendo ultrapassado pela Dinamarca.

Artigo corrigido às 12h32. Mais de um quarto da eletricidade provém do vento e não um quinto, como era mencionado inicialmente.