António Pires de Lima, atual ministro da Economia e um dos elementos do CDS mais próximos de Paulo Portas, afirmou na manhã de domingo que “é indesejável para a economia portuguesa aumentar impostos em 2015”, numa entrevista ao Diário de Notícias e TSF, neste domingo.
Em 2013, Portugal teve um “enorme” aumentos de impostos ao nível do IRS, sendo que a receita deste cresceu 30%, uma das soluções para tapar o buraco orçamental – precisamente um dos momentos de maior fragilidade da coligação, quando Paulo Portas enfrentou Vitor Gaspar quando o Governo criou a sobretaxa de IRS. Mas, para o ministro da Economia, essa estratégia não se pode continuar a repetir. “Os portugueses não merecem um novo aumento de impostos”, afirmou.
“Se há matéria onde o Governo não se sente confortável, no sentido em que gostaria de inverter esta tendência de aumento de impostos, é em matéria do IRS”, afirmou António Pires de Lima, sublinhando que esta é uma das prioridades, “se existir espaço orçamental”, para 2014. O Governo de Pedro Passos Coelho nomeou uma comissão para estudar as possibilidades de inverter esta “tendência” que é suposto apresentar resultados já em julho.
“A via que o Governo escolheu desde o princípio foi uma via de reduzir os impostos, mas os senhores [jornalistas] sabem as limitações com que o Governo tem se confrontado”, referindo-se ao último chumbo do Tribunal Constitucional. “Estamos a fazer um teste ácido à governabilidade do país”, acrescentou, lembrando que as decisões tomadas pelo TC vão ter impacto nas políticas de qualquer partido que vá ficar no poder em 2015. António Pires de Lima afirmou em último recurso “uma solução é a via fiscal.”
António Pires de Lima, sacudindo as poeiras sobre a coesão interna da coligação, fez questão de no início da entrevista dizer que “nunca mais se ouviu falar em problemas na coesão da coligação desde a remodelação que foi feita em Julho do ano passado. Este Governo tem-se afirmado como um referencial de estabilidade.”