Poucas semanas depois de o manuscrito de Bob Dylan com a letra original de “Like a Rolling Stone” ter sido vendida em leilão por dois milhões de dólares, o cantor norte-americano de 73 anos continua a ser notícia. Em Nova Iorque foram descobertas 149 gravações originais do autor daquela que foi considerada pela revista Rolling Stone como a melhor canção de todos os tempos.

Foi no sótão do número 124 da rua Houston, onde Dylan viveu no final dos anos 60, que o dono do prédio encontrou duas caixas de cartão onde se podia ler: “Discos Velhos”. Lá dentro estava uma coleção de 149 discos, alguns deles com o nome de Dylan. Como escreve o El País, o dono do prédio não sabia exatamente do que se tratava, mas percebeu que seria algo importante e entrou em contacto com Jeff Gold, antigo vice-presidente da Warner Brothers Records e especialista no criador do country-rock.

O jornal espanhol refere-se à descoberta como “o tesouro oculto” de Bob Dylan. Para Gold, esta coleção “é uma das descobertas mais importantes” da sua carreira. Quando viu o que estava dentro das caixas, o especialista em Bob Dylan ficou “louco”. Em muitos discos havia notas escritas à mão pelo cantor de “Blowin’ in the Wind”. Apesar de não ter escutado de imediato os discos – considerou que por serem tão delicados teriam de ser ouvidos num equipamento especial – Gold diz que ofereceu o dobro do dinheiro ao homem que descobriu a coleção, não revelando no entanto esse valor, como escreve o El País.

Nesses 149 discos estão ensaios e provas que Dylan gravou entre o final dos anos 60 e o início dos anos 70 para os álbuns Nashville skyline (1969), Self portrait (1970) e New morning (1970), mas que nunca chegaram a ser editados. Em alguns casos, há material desconhecido. Por exemplo, Gold diz que nunca tinha ouvido as canções de Johnny Cash – “Folsom prison blues” e “Ring of fire” – na voz rouca de Dylan. Ou uma versão gospel de “Tomorrow is a long time“.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Jeff Gold passou três meses a digitalizar as canções e a catalogar e a fotografar os discos. Segundo o El Mundo, Gold quer vender algumas das peças mais raras por cerca de 7000 dólares (cerca de 5114 euros) e deu alguns discos aos agentes de Dylan. Mas quer guardar para si a maior parte deste “tesouro”.