A Região Demarcada do Douro vai produzir 105 mil pipas de vinho do Porto este ano, mais cinco mil do que na campanha anterior, anunciou esta quarta feira o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).

O conselho interprofissional do IVDP fixou hoje em 105 mil o número de pipas (550 litros cada) a beneficiar nesta vindima (quantidade de mosto que cada viticultor pode destinar à produção de vinho do Porto).

Em 2013, foram produzidas 100 mil pipas de vinho do Porto na mais antiga região demarcada do mundo.

A fixação do benefício foi o principal resultado do comunicado de vindima aprovado hoje pelo conselho interprofissional, o qual “introduz pequenos ajustamentos nos coeficientes para as diferentes classes de vinha”.

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Segundo informou o instituto público, o comunicado de vindima foi aprovado com o acordo dos representantes da produção e do comércio.

“Mesmo num momento particular para o Douro, como o que agora se vive, os representantes da produção e do comércio chegaram a acordo, facto que merece ser destacado pela nota positiva que transmite e que espero que seja benéfico para a região”, afirmou o presidente do IVDP, Manuel de Novaes Cabral.

Refira-se que a Assembleia da República vota quinta-feira uma alteração aos estatutos da Casa do Douro (CD), a principal representante da produção na região duriense.

Sob proposta do Governo, a CD deixará de ser uma associação de direito público e inscrição obrigatória para os viticultores, para passar a ser uma associação de direito privado e de inscrição voluntária.

Esta iniciativa parlamentar está inserida num plano delineado pelo Governo para resolver a dívida de cerca de 160 milhões de euros da instituição duriense, e que ainda passa por um acordo de dação em cumprimento, que visa a entrega de vinho para pagamento da dívida.

Para a fixação do benefício, o interprofissional avalia um conjunto de fatores técnicos, designadamente os níveis de vendas de vinho do Porto nos últimos meses e as projeções para o resto do ano de 2014, o nível de stocks existentes e as intenções das compras dos comerciantes até ao final do ano.

O benefício é a principal fonte de rendimento dos viticultores durienses.

Em dez anos, o benefício foi reduzido em 45 por cento, de 145 mil pipas em 2001 para as 85 mil em 2011. A redução entre 2010 e 2012 atingiu as 25 mil pipas.