Joko Widodo já anunciou numa conferência de imprensa que é o vencedor das eleições presidenciais na Indonésia, referindo-se aos resultados à boca das urnas – não oficiais – que o colocam à frente do adversário, Prabowo Subianto, com uma vantagem de cinco pontos (52,74% para Jokowi, 47,26% para Subianto).
Poucas horas depois, foi a vez do outro candidato, o ex-general Prabowo Subianto, aparecer na televisão para fazer a sua declaração de vitória. Subianto foi breve e agradeceu ao povo indonésio pela confiança e pelo apoio que lhe deu, escreve a correspondente do Guardian em Jacarta, Kate Lamba.
Segundo Lamba, o país enfrenta o dilema de saber como resolver uma situação em que os dois candidatos já se declararam o próximo presidente da Indonésia. E questiona: está Subianto em negação?
A BBC avançou esta quarta-feira que as sondagens à boca das urnas davam uma magra vitória ao governador de Jakarta, Joko Widodo, confirmando as previsões de uma eleição renhida. O Guardian revelou os primeiros resultados que colocavam Jokowi à frente com 45,1% e Prabowo com 42,2%.
Esta é a primeira vez que o poder vai ser transferido de um Presidente democraticamente eleito para outro, o que significa que estas eleições serão um teste aquela que é considerada a terceira maior democracia do mundo.
O presidente cessante Susilo Bambang Yudhoyono deixa o poder depois de cumprir o limite de dois mandatos estipulado pela constituição. Depois de votar esta quarta-feira, apelou a que todos os partidos respeitassem o resultado.
“A nossa democracia está num estado de alguma maturidade e o nosso povo tem liberdade de escolha. Peço a todos os líderes e às elites políticas do país que respeitem os direitos do povo e respeitem a liberdade das pessoas para escolherem o seu líder”, disse, citado pela BBC.
A correspondente da BBC em Jacarta descreve uma afluência às urnas consistente desde que as estações de voto abriram, às 7h (23 horas em Lisboa), apesar de muitos indonésios terem ficado acordados toda a noite para assistir à derrota histórica do Brasil pela Alemanha. A cadeia britânica lembra que a Indonésia é “louca por futebol”.
Estas eleições geraram um “entusiasmo sem precedentes” relativamente ao futuro líder do país, escreve a BBC. Widodo e Subianto são candidatos com personalidades e origens muito distintas e esse confronto dividiu a nação.
As duas campanhas não foram muito esclarecedoras quando às políticas de crescimento económico e criação de emprego, recorrendo ambas a retórica nacionalista sobre corrupção e outras questões domésticas, diz a BBC.