Cinquenta microempresas estão prontas a começar atividade, no âmbito de um projeto promovido pela Cáritas Portuguesa para apoiar iniciativas de “franchising social”, micro negócios e atividades por conta própria. O presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca, afirmou esta quinta-feira, em Vila Real, que o desemprego é uma luta que não é apenas dos governos, mas que envolve toda a sociedade. “Muitos o que nos pedem é trabalho”, salientou.
Precisamente para ajudar a combater o problema do desemprego, a Cáritas lançou o projeto “Criactividade – O franchising social potenciado pelo marketing social”, que já está a ser incrementado desde o início do ano e também foi apresentado hoje, em Vila Real. Eugénio Fonseca afirmou aos jornalistas que “o acolhimento está a ser muito positivo”, contabilizando mais de 90 fichas de adesão, 52 entrevistas e 50 empresas prontas a começar a sua atividade.
Empresas que estão a ser criadas principalmente por jovens licenciados, mas também pessoas que ficaram sem emprego, e que se vão dedicar a áreas que vão desde a restauração com produtos inovadores à agricultura. O maior constrangimento do projeto tem sido, segundo o presidente da Cáritas, o investimento inicial no negócio, visto que, muito por causa da crise, as pessoas ficaram descapitalizadas e sem dinheiro para pagar a parte que lhe é exigida para aceder ao microcrédito. “Julgo que, muito em breve, iremos ter uma resposta favorável por parte do Governo aos vários contactos para investimento inicial”, salientou.
O programa é dirigido a três universos: desempregados de longa duração, jovens, para tentar suster a emigração, e quadros de empresas que perderam os seus empregos, mas que têm uma história profissional importante.
Eugénio Fonseca falou ainda em outras formas de financiamento como o crowdfunding, que vai envolver entidades bancárias. Este projeto vai também, segundo acrescentou, criar uma carteira de voluntários, que junte, por exemplo, antigos bancários ou gestores, que irão acompanhar a evolução destes negócios. No entanto, o responsável salientou ainda que estão a ser desenvolvidas áreas de atividade que não exigem investimento inicial, como os motoristas sem carro.
A ideia é, segundo explicou, criar, em termos de franchising, uma rede de pessoas que possam conduzir os carros de proprietários que já não o possam fazer. A Cáritas irá “credenciar a idoneidade” destes motoristas, que serão também aprovados pelo Automóvel Clube Português (ACP).
Desenvolvido pela Cáritas Portuguesa, com o apoio técnico-científico da IPI Consulting Network, o projeto é cofinanciado pelo Programa Operacional de Assistência Técnica/Fundo Social Europeu. O programa é dirigido a três universos: desempregados de longa duração, jovens, para tentar suster a emigração, e quadros de empresas que perderam os seus empregos, mas que têm uma história profissional importante. O principal desafio do programa é apoiar microempresas em situação difícil e ajudar pessoas desempregadas a ter uma atividade por conta própria que seja sustentável.