O PSD apresentou o relatório com propostas de incentivo à natalidade e o CDS… agradeceu e aproveita para chamar a si a bandeira da defesa da descida do IRS.

Em reação à proposta da comissão independente a pedido do PSD, fonte da direção do CDS disse ao Observador que “há pontos em comum” com um relatório que o próprio CDS tinha elaborado em 2007. Mas os centristas, que querem ficar com os louros de uma descida de IRS, aproveitaram o facto de Passos Coelho ter dado essa abertura ao dizer que o Governo vai ter em atenção o incentivo à natalidade quando analisar a proposta da comissão de reforma do IRS, para reforçar a posição:

“Na questão fiscal, que é muito importante, o CDS tem afirmado a sua esperança nos resultados da comissão de reforma do IRS visto que o seu mandato é muito claro no sentido da valorização da família e da natalidade no nosso sistema fiscal”, diz a mesma fonte da direção.

O entusiasmo é contido. Na onda de quem dá boas notícias, o CDS prefere não dar apoio declarado às propostas do PSD e começa por dizer a mesma fonte que é preciso “ler com atenção, visto que como partido, o CDS é especialmente sensível ao tema da demografia”. Mas que “isto é positivo porque alarga a margem de consenso sobre as politicas demográficas.

Mas se o PSD apresentou agora um relatório, lembra o mesmo centrista que o CDS tinha já o tinha feito em 2007. O grupo de missão era liderado por dois atuais ministros: Assunção Cristas e Luís Pedro Mota Soares.

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Nesse relatório, já se considerava, por exemplo, a existência de benefícios para os avós, que deviam “ser equiparados no gozo dos direitos atualmente previstos apenas para os pais” e a universalização das tarifas de consumo da água, onde já se previa na altura um ajustamento dos escalões de consumo para não discriminar as famílias numerosas. A questão da infertilidade, que o relatório apresentado hoje ao PSD sublinha, também já era falada em 2007, onde o CDS pedia “oferta de cuidados de saúde no domínio da infertilidade”.

A aproximação entre os dois relatórios vai ao nome. O PSD escolheu como mote “Por um Estado amigo das crianças”, nome quase igual dado pelo CDS ao capítulo das medidas: “Por um Estado amigo das famílias”.

 

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