A ideia de que os homens temem mulheres inteligentes pode ter os dias contados. Um estudo da Universidade de Wisconsin analisou o destino de milhares de casais norte-americanos que casaram entre 1950 e 2004 e descobriu uma tendência: os casamentos de hoje têm mais hipóteses de sucesso se os membros do casal tiverem o mesmo nível educacional.

Esta mudança mostra uma inversão do modelo predominante nos anos 50, em que o homem era considerado o ganha-pão e o membro mais bem educado da família, sendo servido pela mulher, que, enquanto “fazia as camas, ia às compras, comia sandes de manteiga de amendoim com os filhos ou se deitava ao lado do marido, tinha receio de perguntar a si própria a pergunta: ‘É só isto’?”, como escreveu Betty Friedan no livro The Feminine Mystique, que em 1963 iniciou a segunda onda feminista nos EUA.

Apesar dessa onda que continuou na década de 70, os investigadores do estudo descobriram que este modelo durou, pelo menos, até aos anos 80. Entre 1950 e 1979, os casamentos em que as mulheres mostravam um nível educacional superior ao do marido tinham uma probabilidade maior — 34 % — de acabar em divórcio.

Foi preciso chegar aos anos 90 para descobrir a primeira geração de homens que casou de forma feliz com mulheres tão ou mais inteligentes do que eles.

“Os casais dos anos 90 estão entre os primeiros para quem a educação da mulher deixou de estar associada a um maior risco de divórcio”, concluiu a equipa, citada pelo Independent.

O mesmo jornal revela uma das explicações dadas pelos investigadores a esta mudança, vista como uma forma de a sociedade se adaptar ao envolvimento crescente da mulher no mercado de trabalho e na educação.

Segundo a equipa que elaborou o estudo, os receios de que a educação e a emancipação das mulheres prejudicam a estabilidade matrimonial podem afinal ser infundados.

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