O Conselho de Segurança da ONU adotou hoje uma declaração por unanimidade apelando a um “cessar-fogo humanitário imediato e incondicional” em Gaza.

Numa declaração aprovada por todos os membros, o Conselho de Segurança apelou às partes envolvidas no conflito para “aplicarem totalmente” o cessar-fogo durante a festa que assinala o fim do Ramadão e a estendê-lo além do período de celebrações.

Os 15 países apelaram igualmente ao “respeito pleno do direito humanitário internacional e sobretudo no que respeita à proteção dos civis”, assim como ao “esforço de implementar um cessar-fogo duradouro e totalmente respeitado, baseado na iniciativa de mediação egípcia”.

O Conselho de Segurança apontou “a necessidade de fornecer imediatamente assistência humanitária à população palestiniana na Faixa de Gaza”, nomeadamente aumentando as contribuições para a UNRWA (agência da ONU para os refugiados palestinianos).

Três dias depois do bombardeamento de uma escola das Nações Unidas em Gaza, o Conselho de Segurança “sublinha que as instalações civis e humanitárias, incluindo da ONU, devem ser respeitadas e protegidas e apela a todas as partes a agirem segundo esse princípio”.

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O comunicado foi emitido pouco depois do início da reunião de emergência realizada hoje à meia-noite de domingo (05:00 de segunda-feira em Lisboa) pelos 15 países membros do Conselho de Segurança.

Mais de 1.030 palestinianos e 43 soldados israelitas morreram desde o início do atual conflito na Faixa de Gaza, iniciado há três semanas.

Em declarações aos jornalistas após a reunião do Conselho de Segurança, o representante palestiniano na ONU, Riyad Mansour, lamentou que o Conselho de Segurança não tenha sido capaz de aprovar uma resolução – um documento que ao contrário do acordado seria vinculante – para condenar a “agressão” israelita e exigir o seu fim.

Riyad Mansour expressou desapontamento pelo facto de os 15 membros do Conselho de Segurança não terem chegado a uma resolução formal para pedir a retirada das tropas de Israel da Faixa de Gaza.

“Eles deviam adotar uma resolução há muito tempo para condenar esta agressão e pedir o seu fim imediato”, disse Mansour no final da reunião.

“Estamos desapontados nesse sentido”, adiantou, acrescentando que os palestinianos iriam continuar a pressionar o Conselho de Segurança com vista a uma resolução formal vinculativa.