A Comissão de Utentes da Via do Infante voltou hoje a protestar nas proximidades da casa de férias do Presidente da República, em Albufeira, exigindo a abolição das portagens na A22 e denunciando o impacto da medida no Algarve. “As portagens estão a dar prejuízo ao erário público. Já repararam que mesmo cobrando portagens temos um prejuízo de cerca de 40 milhões de euros? Para onde vai esse dinheiro?”, vincou o presidente da Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI), João Vasconcelos.

A comitiva composta por sete carros e onze elementos da CUVI fez-se acompanhar de um espantalho num carrinho de bebé com uma máscara com a cara do Presidente da República. Em julho a marcha lenta entre Loulé e Faro tinha tido mais um veículo aderente: eram oito.

João Martins, um dos manifestantes, explicou que o espantalho pretendia dar “uma certa ideia de um Presidente que assiste impávido e sereno à destruição de um país e não age”. “Três anos de Troika destruíram o país e o Algarve, e o Governo PSD/CDS é o grande responsável”, disse João Vasconcelos à comunicação social, imputando responsabilidade também a Cavaco Silva.

A introdução de portagens tem retirado trânsito da A22 e concentrado o tráfego na Estrada Nacional 125 onde desde o início do ano já se registaram cerca de 20 mortes e 70 feridos graves e milhares de acidentes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Aquela estrada nacional, que é a alternativa gratuita à A22, foi alvo de promessas que João Vasconcelos disse estarem longe de estar cumpridas, desde logo porque as portagens só deveriam ter sido introduzidas após a requalificação da EN 125, cujas obras estão paradas há quase três anos.

O reinício das obras de requalificação anunciadas recentemente, para o presente mês de agosto, só vai contemplar algumas variantes daquela nacional, situação igualmente contestada pela CUVI.

O presidente da CUVI, João Vasconcelos, disse que a população em geral não foi convocada para a iniciativa e que por isso não estranha a falta de adesão ao protesto.

“Não fazendo nada é que conduz a nada, mas fazendo pode levar tempo mas naturalmente poderá ter um desfecho positivo”, comentou lembrando outras ações de protesto que têm tido uma maior participação.

À semelhança dos dois anos anteriores, os manifestantes não conseguiram entregar a carta que prepararam para o Presidente da República, mas João Vasconcelos diz que vai enviar o documento para o Palácio de Belém. Este domingo, a CUVI ruma até à porta da residência de férias do primeiro-ministro, em Manta Rota para dar conta dos seus protestos.