A tecnologia de reconhecimento facial e o controlo de parâmetros biológicos continua a somar aplicações. Uma equipa de investigadores de vários países europeus reunidos no projeto USEFIL está a desenvolver soluções de baixo custo orientadas para facilitar a vida dos idosos e apresentou recentemente um espelho capaz de, entre outras coisas, avaliar indicadores físicos, funcionais e emocionais.

Este “espelho inteligente” está equipado com uma câmara de filmar wi-fi e um processador que gere algoritmos capazes de avaliar parâmetros fisiológicos tais como a dilatação de pupilas e a cor da pele. Estes resultados podem ser relacionados com diagnósticos já conhecidos do utilizador e configurar alertas, que serão enviados para os profissionais de saúde encarregues de seguir cada paciente, permitindo um acompanhamento à distância — podem prescrever medicamentos, marcar consultas e enviar alertas através do espelho. Um protótipo deste sistema está já a ser testado na Grécia, Israel e Reino Unido. Este projeto está integrado numa rede de cuidados sénior e os primeiros resultados indicam que a utilização do espelho é simples de entender e de operar pelos mais velhos.

Além do espelho, o sistema USEFIL utiliza outros equipamentos, tais como um “smart watch” (relógio inteligente) capaz de alertar os serviços de auxílio em situações de urgência e ainda um tablet e um serviço web de televisão. Homer Papadopoulos, coordenador do projeto, afirma à revista Horizon que os sistemas estão todos interligados. Os sistemas USEFIL são concebidos com base em software livre e, dizem os responsáveis, garantem a privacidade dos seus utilizadores.

Outro projeto igualmente financiado pela União Europeia chama-se FARSEEING. Baseia-se na utilização de sensores de movimento em equipamentos como telemóveis e pulseiras que utilizam sinais rádio como sistema de localização. Trata-se de um sistema de comunicação e acompanhamento, que permite o envio de lembretes e estímulos para o utilizador — por exemplo, não esquecer de dar uma caminhada a determinada hora. Possui também um detetor de queda que avisa as equipas médicas da ocorrência.

Os investigadores do projeto FARSEEING pretendem construir uma base de dados preditiva, ou seja, capaz não só de reunir mas de analisar “parâmetros de queda” de modo a permitir uma abordagem preventiva junto do idoso. Estima-se que em 2060, um terço dos europeus terá mais de 65 anos. Estas tecnologias terão um impacto muito importante na qualidade de vida na terceira idade.

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