Os escaravelhos CyphochilusLepidiota stigma conseguem passar despercebidos junto dos fungos brancos dos locais onde vivem. Não porque tenham um pigmento branco, mais branco do que a mais branca das tintas, mas porque têm o corpo coberto de finas escamas que refletem a luz de forma muito eficaz. Os cientistas estão fascinados com o fenómeno e esperam poder replicá-lo na produção de materiais sintéticos ultrabrancos.

As escamas dos escaravelhos são compostas por filamentos muitos ajustados de quitina – substância que compõe o exosqueleto dos insetos e a parede celular dos fungos – que as tornam não só mais finas do que uma fina folha de papel, mas muito leves para permitirem ao animal voar. A estrutura dos filamentos, ao contrário dos filamentos isolados, é extremamente eficiente a refletir a luz numa única direção, conforme verificou uma equipa da Universidade de Cambridge, em Inglaterra, e do Laboratório Europeu de Espetroscopia Não-Linear em Florença (Itália).

A luz branca é a junção de todas as cores. Porque têm os filamentos das escamas desordenados, os escaravelhos conseguem refletir cada uma das cores da mesma maneira, uma situação muito rara na natureza. É por isso que os escaravelhos parecem tão brancos. Pelo contrário, para os materiais sintéticos conseguirem um branco intenso são precisas várias camadas de tinta.

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Escaravelhos Cyphochilus (a) e Lepidiota stigma (c) e escamas em corte vistas ao microscópio electrónico b e d, respetivamente – Burresi et al. Scientific Reports 4, 2014

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